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Sobrevivente de ataque ao Charlie Hebdo diz que deixará o jornal

"Cada tiragem foi uma tortura porque os outros não estão mais lá”, disse Luz ao Liberátion

Internacional|

Renald Luzier, mais conhecido como Luz, desenhou a capa da primeira edição após o atentado
Renald Luzier, mais conhecido como Luz, desenhou a capa da primeira edição após o atentado Renald Luzier, mais conhecido como Luz, desenhou a capa da primeira edição após o atentado

Um dos poucos cartunistas que sobreviveram ao ataque de militantes islâmicos contra o semanário francês Charlie Hebdo decidiu deixar a publicação, alegando que não pode mais suportar a pressão.

Renald Luzier, mais conhecido como Luz, anunciou a decisão em entrevista ao Libèration, o jornal que tem abrigado o Charlie Hebdo e ajudou a publicar seus exemplares desde o atentado em que a maioria dos cartunistas da equipe foi morta.

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"Chegou o momento em que era simplesmente demais para aguentar. Não havia quase ninguém para desenhar as charges. Acabei fazendo três ou quatro capas. Cada tiragem foi uma tortura porque os outros não estão mais lá”, disse Luz, que vive sob proteção policial. Ele citou a pressão do trabalho e o escrutínio da mídia como os principais motivos para deixar o semanário.

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Luz desenhou a imagem de capa da primeira edição depois do ataque ao Charlie Hebdo – que vendeu cerca de oito milhões de cópias em todo o mundo, enquanto em uma época normal a tiragem do semanário era de cerca de 60.000 – mas ele havia dito recentemente que deixaria de desenhar charges do profeta Maomé porque estava farto do assunto.

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Para os muçulmanos, qualquer representação do profeta é uma blasfêmia. Mas a primeira edição pós-ataque ao Charlie Hebdo trazia na capa uma caricatura de Luz com um Maomé choroso que segurava um cartaz com a inscrição "Je suis Charlie" ("Eu sou Charlie") sob as palavras "Tudo é perdoado".

Militantes islâmicos que diziam estar vingando o profeta mataram 12 pessoas, em janeiro, quando atacaram a redação do irreverente semanário em Paris, conhecido por satirizar o islã, outras religiões e o establishment político. Entre os mortos estavam o editor-chefe, Stéphane Charbonnier, e cartunistas consagrados, como Georges Wolinski e Jean Cabut.

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