Foi retomado por volta de 8h30 desta quarta-feira (11) o julgamento do último réu e delator da chacina de Unaí, o empresário Hugo Alves Pimenta. Ele fez um acordo de delação com o Ministério Público e confessou ter intermediado a contratação de pistoleiros para assassinarem quatro servidores do Ministério do Trabalho, em janeiro de 2004.
A sessão desta quarta será marcada pelo depoimento do réu e, em seguida, terá início a fase de debates entre defesa e acusação. Já na terça-feira , os jurados acompanharam o depoimento de nove testemunhas, entre parentes das vítimas e policiais e delegados que atuaram na investigação do crime à época. Também foram apresentados vídeos sobre notícias da chacina.
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De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, Pimenta responde por quatro homicídios dolosos e é acusado de ter contratado os atiradores que executaram as vítimas por R$ 45 mil. Se condenado, o réu pode pegar de 12 a 30 anos de prisão por cada um dos quatro assassinatos.
Na semana passada, o ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica, foi condenado a 100 anos de prisão como mandante do crime. Já o irmão dele, Norberto Mânica, e o empresário José Alberto Castro foram condenados no final do mês de outubro, sendo o primeiro a 100 anos e o segundo a 96 anos de prisão. No entanto, todos conseguiram o direito de recorrer em liberdade.
Os executores da chacina, Erinaldo Vasconcelos Silva, Rogério Allan Rocha Rios e Willian Gomes de Miranda, já cumprem pena pelos crimes. Eles foram julgados e condenados pelo Tribunal do Júri Federal em setembro de 2013, com penas que foram de 56 a 94 anos de prisão. Um dos acusados teve o processo extinto e um dos intermediadores morreu na cadeia em 2013.
Relembre o caso
Em 28 de janeiro de 2004, os três fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram mortos a tiros em uma emboscada em uma estrada de terra, próxima de Unaí, na região Noroeste do Estado.
Na ocasião, as vítimas fiscalizavam denúncias de trabalho escravo e diversas irregularidades trabalhistas nas propriedades rurais dos empresários, que devido ao poder econômico são conhecidos como "reis do feijão". O carro do Ministério do Trabalho foi cercado por homens armados, que mataram os fiscais à queima-roupa, ainda atados aos cintos de segurança.