Um jovem quase caiu no golpe da falsa vaga para o curso de medicina em uma universidade privada de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os criminosos queriam R$ 13.182,02 pela suposta transferência.
O pai vítima, que por segurança não será identificado, deu entrevista por telefone. Ele contou que os integrantes da quadrilha se passaram por funcionários da instituição, oferecendo a transferência.
— A turma do meu filho recebeu um whatsApp de uma promessa de transferência. O meu filho, sem eu saber de nada, começou a manter contato com essa pessoa, supostamente, relacionada à faculdade que tinha uma promessa de transferência.
Os estelionatários cobraram pela suposta transferência. Enviaram um boleto com a logomarca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Puc Minas), mas o pagamento só poderia ser feito em dinheiro, dentro da unidade de Betim, na região metropolitana. O pai desconfiou e alertou a universidade.
— Nos diálogos, na forma de pagamento, o boleto que não batia as informações, não conseguia pagar em banco. Com isso eu vi que era uma pegadinha para roubar uma família.
A vítima contou, ainda, que a instituição de ensino foi quem acionou a polícia. Dois homens e uma mulher foram presos, em flagrante, por estelionato e formação de quadrilha. As investigações continuam para descobrir como funcionava o esquema e se há mais pessoas envolvidas.
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A Puc Minas esclareceu que o curso de medicina é bastante concorrido e raramente há vaga. Para se ter uma ideia, até hoje, houve apenas um processo de transferência. E nestes casos, o candidato tem que fazer uma prova seletiva. Segundo Mozahir Salomão, secretário de comunicação da Puc Minas, as instituições de ensino são fiscalizadas pelo Ministério da Educação (Mec).
— O que se espera delas é que os processos sejam corretos e justos. Em geral, nas instituições que oferecem o curso de medicina, a oferta de vagas é muito restrita. E o aluno tem que passar por um processo que não é só um processo burocrático e de pagamento.
A vítima disse que decidiu denunciar para que outras pessoas não caiam no golpe.
— A minha preocupação não era comigo porque eu poderia simplesmente falar que não quero, pois eu vi que é ilegal. Mas eu preferi fazer diferente. O nosso país está vivendo um momento difícil e as pessoas não podem ser prejudicadas.