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Promotora diz que mãe suspeita de matar filhas no Butantã tem condições de ir à cadeia ao receber alta

Mildred Gonzales se manifestou favorável à prisão de Mary Knorr, que está internada

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Polícia diz não ter dúvidas de que mãe matou as duas adolescentes
Polícia diz não ter dúvidas de que mãe matou as duas adolescentes Polícia diz não ter dúvidas de que mãe matou as duas adolescentes

A promotora de Justiça Mildred Gonzalez Campi disse que nada impede, em um primeiro momento, que a mãe suspeita de matar as duas filhas, de 13 e 14 anos, na casa onde moravam, no Butantã, zona oeste de SP, vá para a cadeia quando receber alta médica. Mary Vieira Knorr, de 53 anos, está internada no Hospital Universitário desde o último dia 14, quando os corpos foram encontrados. Ela teve a prisão preventiva decretada na sexta-feira (20).

Um pedido de liberdade provisória foi feito pela Defensoria Pública, na segunda-feira (23). A juíza Lizandra Maria Lapenna, da 5ª Vara do Júri do Fórum Criminal da Barra Funda, já recebeu o parecer do Ministério Público e deverá decidir sobre o pedido nos próximos dias. A manifestação da Promotoria foi contrária.

— Eu me manifestei no sentido de que, se ela receber alta no Hospital Universitário, onde ela está internada, que ela seja encaminhada ao cárcere. Se o próprio hospital diz que ela tem condições de receber alta, ela tem condições de ser encaminhada para uma delegacia ou para um CDP [centro de detenção provisória].

Mildred se baseou no inquérito policial e reforçou que apenas um laudo psiquiátrico, feito pelo Instituto Médico Legal, irá comprovar se Mary tem algum problema mental.

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— Na verdade, eu não entrei com profundidade nisso, até porque a insanidade vai ser atestada por um médico psiquiatra. Então eu não posso dar um parecer nesse sentido. O que eu pude visualizar, inicialmente, é que é uma pessoa normal, até então. Os vizinhos não notaram nenhum problema mental. Os filhos sobreviventes, que ela tinha dois filhos do primeiro casamento, também não depuseram falando que ela apresentava alguma anormalidade. Então, a princípio, a gente parte da regra de que não tem problema mental.

Entre outras causas apontadas pela promotora como necessárias à manutenção da prisão está o fato de as testemunhas do caso serem pessoas ligadas à mãe das adolescentes, o que poderia, segundo ela, prejudicar o andamento do processo.

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— Havia necessidade, até pelo clamor público, de que ela permanecesse presa, as futuras testemunhas têm relacionamento com ela, são vizinhos, são pessoas próximas e com a soltura dela poderia não ser interessante a gente apurar a verdade. As testemunhas poderiam não se sentir muito à vontade. Então eu me manifestei nesse sentido de discordar, principalmente pela gravidade do fato.

Procurado pelo R7, o advogado Lindenberg Pessoa de Assis, que defende Mary, não atendeu às ligações. 

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O caso

Paola Knorr Victorazzo, de 13 anos, e Giovanna Knorr Victorazzo, de 14, foram encontradas mortas na tarde de sábado (14), após outra filha de Mary não conseguir falar com a mãe por alguns dias. Quando os policiais arrombaram a porta da casa, encontraram a suspeita deitada em um sofá, dizendo que as meninas estavam mortas. 

Os corpos das adolescentes foram encontrados, já em estado de decomposição, em um quarto, cada uma em um beliche. A polícia aguarda um laudo para saber o que causou as mortes e quando elas aconteceram. O cachorro também havia sido morto, com um saco plástico na cabeça, e havia indícios de que o gás da casa tinha sido aberto.

A última vez em que as meninas foram vistas foi na quarta-feira (11), quando foram à escola. No dia seguinte, Mary foi ao aniversário da filha de uma vizinha, amiga de uma das filhas, sozinha. 

Até agora, o delegado Gilmar Contrera, que investigou o caso, disse ter certeza de que Mary passava por dificuldades financeiras e que tinha diversos processos por estelionato e apropriação indébita. Mesmo sem registro profissional, ela atuava como corretora de imóveis. A polícia diz que ela usava a profissão para aplicar golpes.

A promotora aguarda o retorno dos autos ao Ministério Público para decidir se oferece denúncia contra a mãe das meninas.

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