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Reestruturação do Denarc vai aumentar fiscalização de policiais, diz diretor

Departamento passa por mudanças após operação que prendeu investigadores e delegados

São Paulo|Fernando Mellis, do R7


As mudanças que o Denarc (Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos) deverá passar, após a operação que prendeu policiais por envolvimento com o tráfico de drogas no começo desta semana, deverão incluir mais rigor na fiscalização do trabalho dos agentes. O diretor do departamento, Marco Antonio Pereira Novaes de Paula, falou ao R7 que a reestruturação está sendo feita para “não ter possibilidade de se repetirem os fatos”.

— O objetivo é controlar, é fiscalizar. Problemas com órgãos de investigação de narcóticos são no mundo inteiro. Tem muito dinheiro em jogo. Então, é muito difícil de controlar. A única forma é evitando as brechas, impedindo as possibilidades. É nesse sentido que tem que caminhar essa reestruturação.

Uma das possibilidades estudadas é limitar o poder de investigação do departamento apenas para a área da capital paulista. No entanto, o diretor do Denarc disse que ainda não é certo que isso será feito e que “só essa medida não resolve nada”.

— Se o cara [policial] quiser fazer errado, ele faz no interior, na capital, na macro São Paulo.


reestruturação do Denarc foi anunciada na quarta-feira (17) pelo secretário de Segurança Pública, Fernando Vieira Grella, após reunião com o governador Geraldo Alckmin. As mudanças, de acordo com ele, serão comunicadas em dez dias.

Polícia Civil divulga nomes e fotos de policiais foragidos


A operação

A Corregedoria da Polícia Civil e o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) desarticularam a quadrilha de policiais do Denarc suspeitos de roubo, corrupção e extorsão mediante sequestro. As investigações indicaram que os agentes recebiam propina de até R$ 300 mil de traficantes de drogas na capital e na região de Campinas. 


O promotor José Tadeu Baglio ouviu na quarta-feira os depoimentos de dois delegados envolvidos no esquema, Clemente Castilhone Júnior, da Unidade de Investigações, e Fábio Amaral de Alcântara, da 3ª Delegacia de Apoio.

— Os depoimentos aumentaram as convicções do Ministério Público de que houve vazamento de informações no Denarc.

Castilhone Júnior e Alcântara teriam fornecido informações a traficantes sobre a invasão da favela do São Fernando — um dos principais pontos de venda de drogas de Campinas, comandado por Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, que está preso em Presidente Venceslau. Os dois negaram que passaram detalhes da operação policial a criminosos. 

Outros dois policiais do 10º Distrito Policial de Campinas também foram chamados para depor, mas ficaram calados. O advogado Ralph Tórtima Sttetinger Filho questionou a validade do depoimento de Andinho usado para incriminar os agentes.

— É a palavra de um delator traficante contra policiais com histórico de combate ao tráfico.

Prisões

A Justiça concedeu, na noite de quinta-feira (18), liberdade ao delegado Clemente Castilhone Júnior. Com isso, oito policiais permaneciam presos por suspeita de envolvimento no esquema criminoso, incluindo o outro delegado. Quatro agentes continuavam foragidos. 

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