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“Eu indiciaria Sandro, mesmo sem DNA”, diz delegada durante júri do caso Bianca Consoli

Ela afirmou que nos depoimentos foi dito que o motoboy foi o único a agir de forma estranha

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

Bianca Consoli foi encontrada morta em casa, em 2011
Bianca Consoli foi encontrada morta em casa, em 2011

A delegada Gisele Priscila Capello Lelo afirmou ter certeza de que Sandro Dota, acusado de matar a universitária Bianca Consoli em 2011, foi o responsável pelo crime. Gisele, que participou do início das investigações do caso, foi a segunda pessoa a prestar depoimento nesta terça-feira (23). Segundo ela, o convencimento da autoria do crime veio com base nos depoimentos das testemunhas.

— Se eu tivesse terminado [o inquérito], eu indicaria Sandro, mesmo sem DNA.

Ela destacou que nos depoimentos foi dito que Sandro era o único a agir de forma estranha no dia do crime. Gisele afirmou ainda que o motoboy tinha comportamento agressivo e mulherengo. Os relatos de testemunhas, contou a delegada, mostraram que o acusado sempre dava em cima de outras mulheres.

Primeiro depoimento


A mãe de Bianca Consoli, Marta Consoli, foi primeira testemunha a ser ouvida no júri do caso Bianca, que teve início nesta terça-feira (23). Segundo Marta, o filho de Daiane Consoli — irmã da vítima e com quem Sandro era casado na época do crime — contou à família que o motoboy o sufocava com um travesseiro de "brincadeira". Além disso, ela contou que Sandro dava banho no menino — hoje, a criança está com 12 anos.

Em seu depoimento, a mãe de Bianca contou que Dota forçava os enteados a chamá-lo de pai e que passou a acreditar 100% que o acusado era culpado do crime, quando a calça do motoboy passou por perícia. Marta afirmou ainda que, depois do crime, soube que Dota assediava várias mulheres no bairro, além de sua filha Bianca.


O crime

O corpo da universitária Bianca Consoli, 19 anos, foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída de casa, na zona leste de São Paulo, no dia 13 de setembro de 2011. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir à academia.


Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada pela jovem, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. Foram localizadas mechas de cabelo pelos degraus.

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Dentro da garganta da jovem, a polícia encontrou uma sacola plástica, usada pelo autor para asfixiar a estudante.

As investigações apontaram o motoboy Sandro Dota, cunhado da vítima, como o suposto autor do crime. Ele está preso desde o dia 12 de dezembro de 2011.

O motoboy nega as acusações e se diz inocente. Em julho do ano passado, ele foi para o Complexo Penitenciário de Tremembé, a 147 km de São Paulo. Dota alegou ter sofrido ameaças de morte no Centro de Detenção Provisória 3 de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, onde estava. Por este motivo, a Justiça teria determinado sua transferência.

Em agosto do ano passado, a acusação de estupro foi incluída no processo contra Sandro Dota. A defesa do réu, entretanto, nega o crime e diz que o laudo do legista é inconclusivo. Para a polícia, o crime teve motivação sexual.

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