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Testemunha protegida inaugura segundo dia do julgamento do massacre do Carandiru

Ex-governador de São Paulo será uma das testemunhas ouvidas hoje

São Paulo|Thiago de Araújo, do R7

O segundo dia do julgamento do massacre do Carandiru recomeçou, às 10h30 desta terça-feira (30), com o depoimento de uma testemunha protegida da defesa.

Por se tratar de uma testemunha que precisa de proteção judicial, a imprensa não teve acesso ao depoimento.

Essa é a primeira de seis testemunhas previstas para o dia, todas da defesa dos 26 policiais militares que são réus no caso.

O segundo depoimento do dia foi do secretário de Segurança na época do massacre, Pedro Franco de Campos, hoje procurador de Justiça do Ministério Público. 


Na sequência, estão previstos os depoimentos do ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho; de uma segunda testemunha protegida; e a exibição de dois vídeos: um do desembargador Ivo de Almeida, e ou outro do também desembargador Luiz Augusto San Juan França.

O primeiro dia foi marcado pela dispensa de sete das oito testemunhas da acusação. Apenas o perito criminal Osvaldo Negrini foi interrogado.


Dezessete testemunhas foram convocadas para o segundo julgamento do Carandiru. Onze de acusação e seis de defesa. Do total, 12 eram aguardadas no tribunal, enquanto as outras cinco teriam vídeos dos seus depoimentos apresentados no plenário.

Relembre o caso


O massacre do Carandiru começou após uma discussão entre dois presos dar início a uma rebelião no Pavilhão 9. Com a confusão, a Tropa de Choque da Polícia Militar, comandada pelo coronel Ubiratan Guimarães, foi chamada para conter a revolta.

Ao todo, 286 policiais militares entraram no complexo penitenciário do Carandiru para conter a rebelião em 1992, desses, 84 foram acusados de homicídio.

Após Carandiru, massacre continua atrás dos muros das prisões, diz Pastoral Carcerária. Em abril de 2013, 26 policiais militares foram levados ao banco dos réus pela morte de 15 detentos no segundo pavimento do Pavilhão 9 no massacre do Carandiru. Após sete dias de julgamento, a maioria foi condenada por homicídio qualificado — com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Naquela ocasião, seis homens e uma mulher formaram o Conselho de Sentença.

Dos 26 policiais, 23 foram condenados a 156 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado. Os réus receberam a pena mínima de 12 anos por cada uma das mortes dos 13 detentos. Os condenados poderão recorrer em liberdade. Outros três PMs foram absolvidos pelo júri, que acatou o pedido feito pela acusação.

Antes deles, Ubiratan Guimarães chegou a ser condenado a 632 anos de prisão, porém, um recurso absolveu o réu e ele não chegou a passar um dia na cadeia. Em setembro de 2006, Guimarães foi encontrado morto com um tiro na barriga em seu apartamento nos Jardins. A ex-namorada dele, a advogada Carla Cepollina, foi a julgamento em novembro do ano passado pelo crime e absolvida.

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