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Doença que afeta fumantes leva ao cansaço extremo e depressão 

Apesar de desconhecida, sete milhões de pessoas no Brasil sofrem de DPOC

Saúde|Do R7*

Doença causa cansaço extremo por causa da obstrução das vias respiratórias
Doença causa cansaço extremo por causa da obstrução das vias respiratórias Doença causa cansaço extremo por causa da obstrução das vias respiratórias

Tosse, catarro, cansaço e falta de ar são sintomas mais comuns de muitas doenças respiratórias. Mas também são sinais de DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), mistura de enfisema e bronquite, que afeta especialmente fumantes e pode limitar as atividades do dia a dia do paciente, devido ao cansaço extremo e até mesmo depressão.

Nesta quarta-feira (18), Dia Mundial de Combate à DPOC, o diretor da comissão de infecções respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Mauro Gomes, explica que a doença atinge cerca de sete milhões de pessoas no Brasil e mais de 40 mil morrem por ano por conta dessa complicação respiratória.

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De acordo com o médico, a doença provoca insuficiência respiratória devido a uma inflamação nos brônquios, que obstrui a passagem do ar e provoca destruição dos alvéolos, onde “o ar é filtrado”. Gomes explica que a doença é dividida em quatro estágios.

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— No primeiro, o paciente se cansa ao fazer algum tipo de esforço físico, como subir uma escada. No segundo, caminhar em uma superfície plana pode tirar o fôlego. Já no terceiro, a pessoa fica constantemente cansada e tem crises de falta de ar. No estágio mais avançado, o paciente não pode realizar nenhum tipo de atividade física. Trocar de roupa, tomar banho e escovar os dentes são atividades que o deixariam extremamente cansado. Nesse estágio, é preciso ter o oxigênio disponível o dia inteiro. Tenho pacientes que precisam tomar banho com o oxigênio para não perder o ar.

Além dos problemas respiratórios, outra consequência da DPOC é a depressão. Como o paciente deixa de realizar atividades simples do dia a dia, isso leva o idoso a se sentir incapaz, explica.

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— A pessoa foi independente a vida inteira e agora, na terceira idade, precisa de acompanhamento. Isso tem um impacto emocional muito forte no idoso.

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O médico explica que 95% dos casos acontece por causa do tabagismo, tanto direto quanto indireto, em casos de pessoas que conviveram muito tempo com fumantes. Em média, a pessoa precisa ter fumado pelo menos 20 a 25 anos de consumo. Por isso, segundo o especialista, normalmente, o diagnóstico é feito após os 40 anos de idade, por causa do excesso no cigarro.

— A DPOC é irreversível, mas o diagnóstico precoce pode ajudar a diminuir os efeitos do cigarro no organismo, mas para isso, é óbvio que é preciso parar de fumar para diminuir os prejuízos respiratórios.

Na avaliação do médico, um dos principais problemas da doença é a “subnotificação”, ou seja, ele afirma que muitas pessoas consideram normal da idade se sentir mais cansados e deixam de procurar o médico.

— É preciso que elas conheçam a doença para ter o diagnóstico e tratamento correto. Ela é progressiva, mas se o paciente para de fumar, a doença deixa de progredir. Se houver o diagnóstico precoce, a pessoa não vai perder a qualidade de vida de não poder fazer nada, ainda mais se cortar o cigarro. Então, o principal benefício do diagnóstico é prevenir a sobrecarga do coração, porque a debilidade respiratória faz com que o coração trabalhe mais para fornecer oxigênio para o corpo inteiro.

Tratamento e medicamentos

O pneumologista ainda ressalta que os pacientes que sofrem com DPOC precisam de medicamentos para a vida inteira e, em casos graves, até mesmo o oxigênio precisa ser contínuo. E todos os remédios necessários para tratar a doença estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). O médico lembra que o tratamento particular pode pesar no bolso.

— O tratamento particular básico, com remédios, custa cerca de R$ 200 por mês. Mas o oxigênio é muito mais caro. Em um mês a pessoa vai gastar uns R$ 500. Se for comprar o aparelho pode custar até R$ 5.000.

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Há diversos tipos de spray, vapor, pó, que são inalados para chegar ao pulmão, afirma o médico. O pneumologista também explica que o remédio dilata as vias aéreas para que o ar passe naturalmente.

— É feito um exame de prova de função pulmonar, conhecido como espirometria, em que se observa como está a passagem do ar. Menos de 70% já é um paciente que tem limitações respiratórias.

Quem tem DPOC não pode viajar de avião, porque a oxigenação é diminuída durante o voo, explica Gomes.

— Para viajar, a pessoa precisa do oxigênio portátil, mas não pode subir no avião com o cilindro, porque pode explodir. A companhia aérea tem que fornecer, mas é preciso solicitar com muita antecedência. Ele certamente vai pagar a mais, porque a companhia precisa se organizar para ter essa ferramenta para o passageiro. Muitos acabam desistindo de viajar, porque é realmente muito complicado, ou até pior, decidem arriscar e viajar sem o oxigênio.

*Colaborou Brenno Souza, estagiário do R7

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