Itália obrigará vacinação para crianças frequentarem escolas
Medida é anunciada após fraude envolvendo enfermeira que fingia aplicar vacinas
Saúde|Da Ansa Brasil
A ministra da Saúde da Itália, Beatrice Lorenzin, anunciou hoje (11) que apresentará um projeto de lei que institui a obrigatoriedade de vacinação para o acesso às escolas. A medida vem um mês depois da Itália descobrir uma fraude em um hospital de Údine, onde uma enfermeira fingia vacinar crianças, sendo que, na verdade, não aplicava a imunização. A fraude, que durou de novembro de 2009 a dezembro de 2015, afetou mais de sete mil crianças, as quais precisaram passar por outras vacinações.
— Tenho um projeto de lei pronto, o qual prevê a obrigatoriedade das vacinas para o acesso às escolas e amplia os tipos de imunização obrigatórias.
De acordo com ela, o texto será enviado ainda hoje ao primeiro-ministro Paolo Gentiloni e seguirá amanhã para o Conselho de Ministros, apesar do Palácio Chigi garantir que o tema não está na pauta.
Lorenzin, no entanto, admitiu que a medida pode demorar para ser aprovada, já que requer "debates, aprofundamentos".
— Obviamente, não poderá ser aprovado amanhã, pois é preciso discutir também com o Ministério da Educação esse projeto.
A menos de 20 dias do fim da campanha, apenas 27% do público-alvo tomou vacina da gripe
Caso seja aprovado, o projeto de lei exigirá a vacinação no ensino obrigatório nacional de crianças entre 6 e 16 anos de idade. Mas o assessor regional do Piemonte, Antonio Saitta, já declarou que as autoridades locais apresentarão uma emenda para que a obrigatoriedade seja ampliada para bebês em creches e escolas infantis.
Além das vacinas já obrigatórias, serão exigidas também as "recomendadas" atualmente pelo Ministério da Saúde.