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Remédio para diabetes elimina 6 colheres de açúcar por dia na urina e ajuda a emagrecer

Medidas de higiene íntima são necessárias para evitar infecção genital por causa do xixi doce

Saúde|Fabiana Grillo, do R7

Remédio elimina açúcar pela urina
Remédio elimina açúcar pela urina Remédio elimina açúcar pela urina

Você já imaginou eliminar seis colheres de sopa de açúcar (78 g), o equivalente a 312 calorias, por dia pelo xixi? Essa é a promessa do medicamento Jardiance, cujo princípio ativo é a empagliflozina, no tratamento do diabetes tipo 2. Com apenas um comprimido diário, o paciente elimina a glicose pela urina e, de quebra, ainda perde peso e reduz a pressão arterial — fatores fundamentais para a prevenção de futuras complicações do diabetes, como as doenças cardiovasculares.

Em menos de um ano, esse é o segundo medicamento que pertence à classe dos inibidores do SGLT2 lançado no País. Depois da chegada da dapagliflozina, comercializada com o nome Forxiga, agora é a vez da empagliflozina. A nova substância impede a reabsorção da glicose filtrada pelos rins, eliminando o excesso de açúcar pela urina.

Para o nefrologista Artur Beltrame, presidente e professor titular da Fundação Oswaldo Cruz, essa classe terapêutica representa a mais recente inovação no tratamento oral do diabetes tipo 2, mas com algumas ressalvas.

— Como a pessoa vai eliminar açúcar pela urina, pode ocorrer um pequeno aumento de infecções genitais, que serão facilmente prevenidas ou tratadas com o reforço de medidas de higiene íntima. Entre elas, lavar a região com água e sabão mais vezes ao dia, especialmente no início do tratamento.

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Sobre as infecções urinárias, os estudos mostraram que o número de episódios foi semelhante ao grupo que utilizou placebo, acrescenta Beltrame. No entanto, ele frisa que a primeira regra para iniciar o tratamento com o novo comprimido é estar com a função renal em perfeitas condições.

— Além da boa função renal, o perfil do paciente que mais terá benefícios com essa droga é o diabético tipo 2 de meia-idade, em torno de 65 anos, com sobrepeso ou obesidade e hipertensão.

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Para aquelas pessoas que não têm diabetes, mas ficaram com os olhos brilhando com a notícia de fazer xixi doce e emagrecer, o nefrologista é enfático: “Não vai funcionar”.

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— A pessoa vai gastar dinheiro à toa. Não há indicação para esse perfil de paciente porque a quantidade de glicose eliminada será pequena e não haverá perda significativa de peso.

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O endocrinologista João Paulo Iazigi, chefe do Ambulatório de Diabetes tipo 2 do Hospital Dr. Mário Gatti, explica que o emagrecimento com o uso da medicação depende do peso inicial do diabético, assim “quanto mais peso, a tendência é que a perda seja maior”.

— Os estudos mostraram que em seis meses o paciente perdeu em média de 2 kg a 3 kg, mas é importante ressaltar que esse ou qualquer remédio que trata o diabetes deve ser associado com alimentação saudável e prática regular de exercício físico.

Doença silenciosa

O diabetes atinge mais de 383 milhões de pessoas no mundo e até 2035 a previsão é que esse número chegue a 592 milhões. O Brasil ocupa a 4ª posição do ranking, com 12 milhões de diabéticos, perdendo apenas para China, Índia e Estados Unidos, segundo o mais recente relatório divulgado pela IDF (Federação Internacional de Diabetes).

Iazigi, que também é médico do hospital Vera Cruz, lembra que o diabetes tipo 2 representa 90% dos casos da doença e está intimamente ligado com obesidade, hereditariedade, sedentarismo, hipertensão, níveis altos de colesterol e triglicérides, idade acima dos 40 anos e estresse emocional.

— O diabetes progride em silêncio e, quando a pessoa começa a urinar com mais frequência, beber muita água e emagrece sem motivo, a doença já está instalada.

Exatamente por ser silenciosa, cerca de 50% dos portadores de diabetes tipo 2 desconhecem sua condição, de acordo com a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes). Outro dado preocupante é que três em cada quatro brasileiros com a doença estão fora de controle.

— O mau controle desencadeia várias complicações no coração, olhos, rins, nervos e até na pele. O tratamento inicial costuma ser com remédio oral, mas com a progressão da doença, o paciente pode vir a precisar de insulina.

O endocrinologista explica que o pâncreas do diabético tipo 2 costuma produzir insulina, mas por causa da gordura concentrada na região abdominal, o hormônio não funciona direito no organismo.

— Já o diabetes tipo 1 aparece em geral na infância e adolescência e em 100% das vezes precisa de insulina para sobreviver. Nesse caso, não há relação com o estilo de vida.

Segundo a SBD, seis em cada dez brasileiros têm risco de desenvolver diabetes. Não à toa, os especialistas reforçam a necessidade de adotar hábitos saudáveis para prevenir a doença. Para aqueles que já têm o sangue doce, o Jardiance, desenvolvido pela Boehringer Ingelheim em parceria com a Eli Lilly, chega ao mercado brasileiro neste mês no valor sugerido de R$ 125.

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