Uma equipe de cientistas liderada pelo astrônomo brasileiro José-Dias do Nascimento Jr. anunciou na última quinta-feira (10) a descoberta de estrelas gêmeas solares com idades determinadas. A equipe contou com ajuda do telescópio Kepler, da agência espacial norte-americana Nasa.
Nascimento é cientista do Harvard–Smithsonian Center for Astrophysics e professor no departamento de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (UFRN). Em nota, divulgada pela Sociedade Astronômica Brasileira comenta o feito de sua equipe.
— Nós descobrimos estrelas com propriedades que são próximas o suficiente das propriedades do Sol e para as quais nós podemos chamá-las de “Gêmeas Solares". Com estas Gêmeas solares, nós podemos estudar o passado, o presente e o futuro das estrelas como o nosso Sol. Consequentemente, podemos prever como os sistemas planetários como o nosso sistema solar será afetado pela evolução de suas estrelas centrais.
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A idade das estrelas
Encontrar uma estrela do “tipo solar” é um passo importante na busca de planetas habitáveis para seres humanos, como a Terra. A equipe liderada por Nascimento usou uma nova técnica para medir a idade da estrela usando seu Spin – sua cronologia de giro. Os astrônomos estão apresentando as idades girocronologicas para 22 estrelas semelhantes ao Sol.
Anteriormente, apenas duas estrelas semelhantes ao Sol tinham medidas de seus Spins e idades. Para medir a rotação de uma estrela, os astrônomos observam as mudanças em seu brilho causadas por manchas escuras conhecidas como manchas estelares – que cruzam a superfície da estrela. Ao observar quanto tempo leva uma mancha para girar em torno da estrela, com referência a linha de observação, é possível medir o quão rápido uma estrela está girando.
Visto que as estrelas e os planetas se formam em conjunto e ao mesmo tempo, sabemos que descobrindo a idade de uma estrela revelamos a idade de seus planetas. Sabendo a idade dos planetas, também é possível facilitar a busca de vida alienígena. Os resultados do estudo serão publicados no Astrophysical Journal Letters.