Battisti vai direto da Bolívia para Roma, diz premiê italiano
Cesare Battisti foi condenado a prisão perpétua por quatro assassinatos e sua extradição foi liberada pelo Supremo Tribunal Federal
Brasil|Plínio Aguiar, do R7
Em mensagem divulgada na rede social, o premiê italiano Giuseppe Conte afirmou que Cesare Battisti, condenado a prisão perpétua por quatro assassinatos, será levado da Bolívia direto para a Itália, sem a realização de escala no Brasil.
"Há pouco conversei ao telefone com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que eu quis agradecer em nome de todo o governo italiano pela eficaz parceria que levou à captura de Battisti", disse, agradecendo também as autoridades bolivianas. "Estamos satisfeitos com este resultado que o nosso país espera há muitos anos", comentou.
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Segundo a Ansa (Agenzia Nazionale Stampa Associata), agência de notícias italiana, o voo com Batitisti deve chegar à Itália por volta de 13h30 (10h30 no horário de Brasília) desta segunda-feira (14) — avião deve partir por volta de 17h de Santa Cruz de la Sierra e pousará no Aeroporto de Ciampino.
Mais cedo, o governo Bolsonaro anunciou que Battisti iria fazer escala no Brasil antes de ser extraditado para a Itália. A decisão foi anunciada pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, após reunião no Palácio da Alvorada, com o presidente, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, e o chanceler Ernesto Araújo. Foragido desde dezembro, Battisti foi capturado em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, por volta das 17h de ontem (12).
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Prisão perpétua
Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, braço das Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente. Para as autoridades brasileiras, ele é considerado terrorista.
No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte.
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Nos últimos dias do governo Michel Temer, o STF decidiu pela extradição. A medida era defendida ainda em campanha pelo presidente Jair Bolsonaro.