À CPMI, Anderson Torres chama minuta do golpe de 'imprestável para qualquer fim'; veja vídeo
Documento foi encontrado no apartamento de Torres durante busca e apreensão feita pela Polícia Federal em janeiro
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres afirmou nesta terça-feira (8) que a minuta do golpe encontrada na residência dele era um texto “fantasioso”, “imprestável para qualquer fim” e uma “verdadeira aberração jurídica”. Torres depõe na CPMI sob liberdade provisória (veja vídeo abaixo).
A ele foi dado o direito de ficar em silêncio pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas o depoente tem respondido a questionamentos.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Na fala inicial, ele afirmou que o texto da minuta não foi descartado “por mero descuido” e disse não saber a quem pertencia a autoria do documento, bem como as circunstâncias em que foi produzido. O texto, segundo Torres, “vai para a coleção de absurdos que constantemente chegam aos detentores de cargos públicos”.
" gallery_id="63c16a2c416eb93e00000d8a" url_iframe_gallery=""]
A minuta foi encontrada no apartamento de Torres durante busca e apreensão feita pela Polícia Federal, no escopo da investigação que apura suposta omissão na Segurança do DF durante os atos extremistas.
O documento
A Polícia Federal encontrou na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres uma minuta (um rascunho) de um decreto que tentaria mudar o resultado da eleição. O documento encontrado pela corporação no armário de Torres supostamente tinha como objetivo decretar estado de defesa no prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em nota (veja a íntegra abaixo), Torres afirmou que o documento foi vazado fora de contexto e ajuda a alimentar "narrativas falaciosas" contra ele.
Leia mais: PF acha na casa de Anderson Torres minuta para tentar reverter resultado das eleições
A existência do documento, que ainda não estava assinado, foi confirmada pelo R7 com fontes ligadas à investigação.
A medida ocorreria após a eleição que foi realizada em 30 de outubro, da qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu vencedor. Pelo texto, o resultado do pleito seria desconsiderado, sob a suposta alegação de que teria ocorrido fraude na votação, segundos fontes consultadas pela reportagem.
Saiba mais: Em depoimento, Anderson Torres chama minuta do golpe de 'lixo, loucura e folclore'
Esse tipo de medida está previsto no artigo 136 da Constituição Federal, mas apenas "para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou estado de calamidade".