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A três dias do tarifaço de Trump, indústria de madeira já registra férias coletivas e demissões

Informações foram compartilhadas pela Abimci e é confirmada por fábricas; entenda cenário

Brasília|Do R7, em Brasília

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Setor relata impactos das tarifas impostas pelos EUA Marcelo Camargo/Agência Brasil - arquivo

A três dias de começar o tarifaço de Trump, a indústria de madeira brasileira já registra férias coletivas e demissões de funcionários com medo do impacto das tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros. O cenário foi alertado em nota pela Abimci (Associação Brasileira de Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), que representa setores de madeira processada e de base florestal, e reforçado por fábricas do setor.

Segundo a associação, as tarifas já começaram a comprometer a competitividade brasileira na cadeia produtiva nacional.


“Desde o anúncio da possível taxação pelos Estados Unidos, instalou-se a insegurança no mercado, levando o nosso setor ao início de um colapso. A maioria dos contratos estão sendo cancelados pelos importadores norte-americanos e muitos embarques foram suspensos. Para piorar a situação, atualmente, o setor possui, aproximadamente, 1.400 contêineres com produtos já embarcados e em trânsito marítimo para os Estados Unidos”, detalham.

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Outros mil contêineres estariam posicionados em terminais portuários aguardando embarque. Diante do cenário de incerteza, a Abimci disse que as empresas “estão sendo obrigadas a optar por férias coletivas forçadas, na tentativa de ganhar tempo e preservar empregos, enquanto outras estão planejando desligamentos”.


“A produção está sendo reduzida em praticamente todo o setor e, em vários casos, com paralisação total. Nesse momento, nosso grande desafio é lutar pela manutenção dos empregos e continuidade das atividades industriais”, disse.

A associação já teve uma reunião no último dia 15 com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, chefiado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Na ocasião, a entidade pediu a prorrogação do prazo das tarifas e que o Brasil não adote uma postura de reciprocidade, pois segundo a associação, isso “poderia ser interpretado como retaliação ao governo norte-americano, fato que dificultaria ainda mais o diálogo”.


Além da Abimci, algumas fábricas também compartilharam os desafios e a imposição de férias coletivas. A Millpar, por exemplo, anunciou férias coletivas de 15 dias para 640 funcionários da fábrica em Guarapuava, região central do Paraná. Outra empresa é a Braspine, que concedeu férias coletivas a 700 funcionários devido à queda nas exportações causada pelo anúncio das tarifas.

Setor de madeira

Segundo a Abimci, o setor de madeira tem aproximadamente 180 mil trabalhadores em postos diretos. “A produção se concentra mais notadamente nos três estados do Sul, com cerca de 90% de sua capacidade instalada nessa região, especialmente em pequenos municípios”, explica.


Para os Estados Unidos, o setor exportou cerca de US$ 1,6 bilhão em 2024, o que representa uma dependência do mercado norte-americano de uma média de 50% da produção nacional. “Porém, alguns segmentos madeireiros dependem exclusivamente dos EUA, com 100% de suas vendas atreladas a esse mercado”, explica.

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