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Agente da PF conhecido como hipster da Federal leva tiro e morre em fazenda de Goiás 

Lucas teria invadido a fazenda Santa Rita aos gritos de que na casa havia um demônio e desligado a energia do local

Brasília|Kelly Almeida, Hellen Leite e Jéssica Moura, do R7, em Brasília

Lucas Valença, o hipster da Federal
Lucas Valença, o hipster da Federal

O agente da Polícia Federal Lucas Valença, 36 anos, conhecido como hipster da Federal, morreu nesta quarta-feira (2), por volta das 23h30, após levar um tiro de espingarda dentro de uma fazenda em Buritinópolis, em Goiás. De acordo com boletim de ocorrência ao qual o R7 teve acesso, Lucas teria invadido a fazenda Santa Rita aos gritos de que na propriedade havia um demônio, desligado a energia do local e arrombado a porta.

No boletim registrado como homicídio, o dono da fazenda, um homem de 25 anos, informa que estava em casa com a mulher e a filha de 3 anos quando ouviu barulhos do lado de fora e "uma gritaria com diversos xingamentos, falando que naquela casa havia um demônio". Ele também diz que em seguida viu Lucas e que o policial desligou o padrão de energia e arrombou a porta da casa. O proprietário rural teria mandado o policial ir embora.

Ele também disse que "o homem estava entrando na sua casa e, por medo e para proteger sua família, efetuou um disparo de espingarda na direção do invasor, não sabendo se havia atingido aquela pessoa". Ao religar a energia, o dono da propriedade percebeu que havia atingido Lucas Valença no peito. O agente da PF morreu no local. O dono da residência acionou a Polícia Militar de Goiás.

Valença ganhou projeção nacional depois de escoltar políticos presos pela Operação Lava-Jato. Na época, pelo estilo de cabelo, em coque, e pela barba comprida, foi apelidado na internet de hipster da Federal. 


História

Lucas nasceu em Goiás, mas morava em Brasília. Ele ficou famoso em 2016 ao aparecer escoltando o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ), réu na Operação Lava Jato. Na época, o sucesso do policial nas redes sociais foi tanto que ele ganhou até um boneco no Carnaval do Recife, em 2017.

O último caso emblemático em que Lucas atuou foi a caçada ao criminoso Lázaro Barbosa, em Cocalzinho, em junho de 2021. Ele estava entre os 270 policiais do DF que fizeram parte da megaoperação.


Amigos e familiares lamentaram a morte do policial na última foto postada por ele no Instagram. "Poxa, meu irmão, que notícia destruidora foi essa, um cara fantástico, tantos sonhos, um grande amigo, guardarei todas as lembranças em meu coração para sempre", escreveu um amigo. "Você foi meu líder e amigo quando precisei. Descanse em paz e fará falta aqui", disse outra pessoa.

Na rede, 111 mil pessoas seguem o policial, mas, apesar dos milhares de fãs na rede social, o agente não fazia posts frequentes havia meses.

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