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Alckmin e Haddad criticam manutenção pelo Banco Central da taxa de juros em 13,75% 

Vice-presidente e ministro da Fazenda dizem que vão perseverar no diálogo com Banco Central, responsável pelo encargo

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Reunião do 'Conselhão' em Brasília
Reunião do 'Conselhão' em Brasília Reunião do 'Conselhão' em Brasília

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), criticaram nesta quinta-feira (4) a manutenção, pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, da taxa de juros em 13,75% no país.

"Eu fiquei bastante preocupado com a decisão de ontem do nosso Copom, que mantém pela terceira vez a maior taxa de juros do mundo, em uma economia que tem hoje uma das mais baixas taxas de inflação. Mas, ainda assim, nós vamos perseverar, tentar harmonizar a política monetária, vamos perseverar no diálogo com o Banco Central e com a sociedade, porque é um tema muito importante", disse Haddad.

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"Não é possível a taxa, a maior do mundo, não tendo inflação de demanda. E evidentemente que isso é problema. Não tem capital, é crédito, é fundamental", acrescentou Alckmin. Para o ministro da Fazenda, as discussões sobre o sistema monetário não opõem os lados político e técnico. Ele reafirmou que vai fazer pressão sobre o Banco Central.

"Há visões sobre como operar a política econômica que merecem ser apreciadas pela sociedade. Portanto, da minha parte, jamais vai haver nenhum tipo de pressão política, no sentido pejorativo do termo, sobre um órgão público que tem a mesma legitimidade que eu tenho", afirmou Haddad.

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Taxa de juros

Mesmo sob pressão do governo federal pela redução da Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, que é a taxa básica de juros usada pelo Banco Central para influenciar as outras taxas do país), o Copom decidiu, na última quarta-feira (3), manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

É a sexta vez seguida que a Selic é mantida nesse patamar, o maior desde o início de 2017. A taxa ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.

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"O ambiente externo se mantém adverso. Os episódios que envolvem bancos no exterior têm elevado a incerteza, mas com contágio limitado nas condições financeiras até o momento, o que requer contínuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias continuam determinados a promover a convergência das taxas de inflação para suas metas, em um ambiente em que a inflação se mostra resiliente", afirmou o BC em nota.

Conselhão

As declarações foram dadas durante plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, também conhecido como "Conselhão". Nesta manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da sessão que marcou a instalação do grupo.

Entre os 246 conselheiros estão executivos, bilionários, ativistas, influenciadores, artistas e empresários. O Conselhão volta a funcionar após quatro anos — o colegiado tinha sido extinto em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Reinstituído pelo novo governo, o órgão será responsável por assessorar o chefe do Executivo na formulação de políticas públicas.

O Conselhão será presidido por Lula e terá como membros o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e cidadãos brasileiros de "ilibada conduta" e "reconhecida liderança". Com a instalação do órgão, serão criados grupos temáticos de trabalho que tratarão de discussões específicas de cada área.

Produção do Futuro, Política Nacional de Educação Digital, Crédito, Inovações Institucionais, Inclusão Racial e Gênero, Amazônia e Desenvolvimento do Agronegócio no Mercado Internacional são uns dos exemplos de grupos técnicos.

Responsabilidade e compromissos de campanha

Presente na reunião do Conselhão, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que é possível ter responsabilidade fiscal e cumprir todos os compromissos de campanha feitos por Lula.

“É possível gastar bem com o pouco que se tem. É possível ter responsabilidade com as contas públicas e cumprir todos os compromissos de campanha”, disse Tebet. “Nos deem suporte atráves da fala, para que possamos conciliar algo que não é separado, que é conciliar a responsabilidade fiscal com o compromisso social”, completou.

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