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Brasil voltará a exigir visto para cidadãos dos EUA, Japão, Canadá e Austrália, com taxa 102% mais cara

Documento volta a ser obrigatório em abril; mais de 750 mil turistas dessas nações vieram ao país em 2023

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Visto para as nacionalidades volta a ser obrigatório
Visto para as nacionalidades volta a ser obrigatório

A partir de 10 de abril, o visto para a entrada no Brasil de cidadãos dos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália e do Japão vai custar US$ 80,90 (cerca de R$ 400), segundo o Ministério das Relações Exteriores. Até 2019, ano em que a exigência para essas nacionalidades foi suspensa, o documento custava US$ 40 (cerca de R$ 200), como informou a pasta ao R7. O novo valor representa aumento de 102,25%.

A quantia que o Brasil cobra para receber os estrangeiros é menor do que os custos determinados por Canadá e EUA para a visita de brasileiros. Confira:

• Visto dos EUA para brasileiros: US$ 185, cerca de R$ 900

• Visto do Canadá para brasileiros: C$ 100, cerca de R$ 365


• Visto do Japão para brasileiros (viagens acima de 90 dias de duração): R$ 111

• Visto da Austrália para brasileiros: AU$ 20, cerca de R$ 65


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Números da Polícia Federal, do Ministério do Turismo e da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) mostram que mais de 750 mil visitantes dessas nacionalidades vieram ao Brasil em 2023. Foram 593.246 visitantes dos Estados Unidos, a segunda maior quantidade no ano, atrás apenas da Argentina, com 1,7 milhão. O Canadá é o 15º na lista de turistas, com 75.952. A Austrália está em 18º, com 42.068 visitantes, e o Japão, com 38.826 viajantes, em 20º lugar.

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Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou, pela segunda vez, a volta da exigência de visto para a entrada no Brasil de cidadãos dos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália e do Japão.

O documento deixou de ser obrigatório para visitantes dessas nacionalidades em junho de 2019 por determinação do então presidente Jair Bolsonaro (PL). A primeira publicação do petista para reverter a decisão de Bolsonaro começaria a valer em outubro do ano passado, mas foi adiada para 10 de janeiro deste ano.

A justificativa do governo para mudar a data foi para não atrapalhar o setor de turismo, que aponta a necessidade de maior prazo para a emissão antes da cobrança dos vistos, em período de alta temporada de viagens.

A decisão de Bolsonaro vale de forma unilateral, ou seja, os brasileiros que desejam visitar os países em questão seguem com a necessidade de apresentar o visto de entrada. Em maio do ano passado, porém, quando esteve no Japão, Lula fez acordo com o país para liberação do documento para visitas curtas, de até 90 dias, tanto para os brasileiros em viagem ao Japão quanto para japoneses de passagem pelo Brasil.

Política da reciprocidade

A política de reciprocidade é um mecanismo da diplomacia brasileira. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, no governo anterior, foi suspensa a obrigatoriedade de americanos, canadenses, australianos e japoneses. "A medida foi dada de graça. Sem reciprocidade. Brasileiros continuaram precisando de visto para viajar para esses países", relembrou. "Chamamos esses países para negociar. O Japão aceitou e negociamos. Os outros alegaram que não era possível pela legislação de cada um deles", acrescentou.

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