'Cada um siga sua vida', diz Bolsonaro sobre ex-ajudante de ordens Mauro Cid
Cid ficou em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira, sobre suposta fraude em cartões de vacinação
Brasília|Hellen Leite e Camila Costa, do R7, em Brasília
"Cada um siga a sua vida", disse o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre um de seus ex-ajudantes de ordens, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, nesta quinta-feira (18), após uma visita ao gabinete do filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Mais cedo, Cid ficara em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal sobre a suposta fraude no sistema de vacinação do Ministério da Saúde.
"Ele foi um excelente oficial do Exército brasileiro. Jovem ainda. Forças especiais, comandos, paraquedistas, primeiro lugar em quase todos os cursos que fez. Ele fez o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado", disse o ex-presidente na saída do Congresso.
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Bolsonaro também se defendeu da acusação de fraude no cartão de vacinação, alegando que "não tinha exigência de vacina para entrar nos Estados Unidos". Ele ainda deu sinais de que acredita que haja envolvimento de opositores na possível fraude nos sistemas do ConecteSUS. "No meu entender, tem indício fortíssimo de quem fez aquilo, o email que me inscreveu lá era lula@gmail.com", disse.
Cid está preso desde 3 de maio, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro esteve na PF para prestar depoimento no caso que investiga fraudes no sistema de vacinação do Ministério da Saúde.
A suspeita é que os registros de vacinação de Bolsonaro, de Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura Bolsonaro, tenham sido forjados. Informações falsas teriam sido inseridas no sistema do Ministério da Saúde entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, para que fossem obtidos os certificados de vacinação e eles conseguissem viajar para os Estados Unidos.
Nesta terça-feira (16), Jair Bolsonaro afirmou à Polícia Federal não saber nenhuma informação acerca do suposto esquema que fraudou dados de vacinação e que, se Cid tiver arquitetado o plano, foi sem nenhum conhecimento nem orientação da parte dele.
Busca e apreensão
Em 3 de maio, a Polícia Federal apreendeu 35 mil dólares e R$ 16 mil em espécie na casa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A moeda americana, convertida, vale o montante de R$ 175 mil. O dinheiro estava em um cofre na residência do militar.
A casa de Bolsonaro em Brasília também foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão. O ex-presidente afirmou que não existe adulteração por parte dele no documento de vacinação e reafirmou não ter tomado o imunizante, por "decisão pessoal". "Fico surpreso com a busca e apreensão com esse motivo."