CPI das Pirâmides Financeiras aprova onze requerimentos em primeiro dia de trabalho
Grupo investiga, na Câmara dos Deputados, esquemas de pirâmides financeiras com uso de criptomoedas
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras da Câmara dos Deputados se reuniu pela primeira vez na tarde desta terça-feira (20). O grupo aprovou onze requerimentos apresentados pelos integrantes. O presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), designou Ricardo Silva (PSD-SP) como relator dos trabalhos.
Ribeiro destacou que a CPI vai atuar em conjunto com órgãos federais e estudiosos do tema. "Tenho certeza que vai estar no nosso plano de trabalho escutar especialistas, para facilitar o entendimento da matéria e para os nobres parlamentares compreenderem a temática adotada. Tivemos hoje a oportunidade de conversar com o presidente da Comissão de Valores Mobiliários, e vamos pedir que um técnico da comissão acompanhe os trabalhos da CPI. Conversei ontem com o diretor-geral da PF [Andre Rodrigues] e vamos também solicitar apoio da PF no tema que trata de crimes com criptoativos. Vamos solicitar também ao Ministério da Fazenda, para facilitar os trabalhos", detalhou.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Entre os documentos analisados pelos parlamentares, estão convites para ouvir integrantes do Grupo de Crimes Cibernéticos do Ministério Público Federal e da Comissão de Valores Mobiliários, ligado ao Ministério da Fazenda, além de CEOs de empresas.
Os deputados também querem ouvir na CPI os responsáveis da Polícia Federal e da Receita Federal pela Operação TrapCoin, que teve como alvo uma organização criminosa especializada na captação de recursos de investidores a pretexto de operacionalizar aplicações em criptomoedas.
A CPI aprovou, ainda, a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O grupo quer informações a respeito da regulamentação do mercado de criptomoedas e da atuação das entidades contra fraudes envolvendo criptoativos.
A comissão foi instalada em 13 de junho, para investigar esquemas de pirâmides financeiras com criptomoedas. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários, 11 empresas teriam divulgado informações falsas sobre projetos e promessas de rentabilidade alta de moedas digitais, para atrair vítimas e sustentar o esquema.
O grupo vai se reunir por 120 dias, por meio de audiências públicas, análises de documentos e depoimentos. A CPI pode ser prorrogada por mais 60 dias.