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R7 Brasília

DF tem déficit de 158 pediatras na rede pública, diz secretária de Saúde

Informação foi dada nesta quinta durante coletiva de imprensa; pasta diz que falta interesse dos profissionais por vagas

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Saúde quer contratar mais pediatras

O Distrito Federal tem um déficit de 158 pediatras na rede pública de saúde. O hospital com maior dificuldade no suprimento de vagas é o de Ceilândia, seguido pelos de Planaltina, Sobradinho e Taguatinga. A informação foi dada nesta quinta-feira (23) pela secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, em coletiva de imprensa. Segundo a titular da pasta, há pouco interesse dos profissionais a assumirem determinados cargos na rede pública.

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A coletiva foi realizada para debater as ações da Secretaria de Saúde e do Iges (Instituto de Gestão Estratégica em Saúde) contra a sobrecarga no atendimento público e estratégias para prevenir mortes de crianças. Em menos de dois meses, no mínimo quatro casos de mortes de crianças vieram à tona e são investigados pela Polícia Civil por suposta negligência.

Lucilene disse que há a expectativa de o governo contratar mais pediatras, mas ela pontuou que o desinteresse da categoria é um empecilho. “Foram feitos dois concursos, mas temos em todo o Brasil uma dificuldade de provimento. O pediatra geral, que atende na porta de pronto-socorro, é um profissional de difícil provimento. Fizemos um chamamento de 73 profissionais, mas apenas 13 tomaram posse”, relatou.

A secretária destacou as ações já realizadas. Segundo ela, desde 2022 foram abertos 103 leitos de UTI (unidade de terapia intensiva). Atualmente, de acordo com Lucilene, a rede conta com 117 leitos pediátricos, 98 leitos de UTI neonatal e quase 300 leitos de UTI adulto.


Sobre a morte das crianças nos últimos meses, Lucilene garantiu que o Governo do DF não trabalha para ter insucessos, mas para salvar vidas. “Todos nós estamos abalados. Vamos seguir agindo, investindo, para que isso [a perda de vidas] não se repita”, garantiu.

Ações anunciadas

A secretária de Saúde reforçou a importância de os pais vacinarem as crianças e anunciou um processo de contratação de mais ambulâncias para o transporte de pacientes entre unidades de saúde.


“Desde maio, estamos com o pedido de compra de 60 ambulâncias. A empresa tem 90 dias para entregar os veículos, mas estamos trabalhando para que eles entreguem nos próximos 30 dias pelo menos 10 delas”, disse.

Lucilene afirmou também que ampliou a carga horária dos profissionais que podiam atender a demanda. Outro ponto que segundo a secretária vai diminuir a sobrecarga na saúde é o uso de veículos adaptados da TCB (Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília) para transporte de pacientes para hemodiálise. Com isso, mais ambulâncias ficariam livres para atender a população.


Já o diretor-presidente do Iges, Juracy Cavalcante, questionado sobre a morte de Enzo Gabriel, de 1 ano, que esperou uma ambulância por 12 horas para o transferir de uma UPA para uma UTI, disse que o Iges vai investigar o caso e que vai montar uma sala de comando no Hospital de Base para definir prioridades de atendimento.

“Temos diversos tipos de remoção de pacientes, desde realização de exames, avaliação médica e transferência para UTI. Então, a sala de comando vai definir qual paciente seria prioridade, para mitigar ao máximo o tempo de espera”, disse Juracy.

O R7 perguntou se há possibilidade de o Instituto rever o contrato de R$ 57 milhões com a empresa UTI Vida, responsável pelo transporte dos pacientes das UPAs. No entanto, segundo o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, o governo aguarda o fim das investigações para verificar se houve alguma falha da empresa.

Gustavo Rocha também disse que, do ponto de vista orçamentário, ter um serviço de transporte terceirizado é mais barato para os cofres públicos do que comprar os equipamentos, devido aos gastos com manutenção.

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