Empreendedores da Amazônia apostam em destaque da culinária local durante a COP30
Cozinheiros querem usar ingredientes nativos da floresta para transformar a experiência culinária dos visitantes em novembro

Com a chegada da COP30 (Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) que ocorre este ano no Brasil, entre 10 a 21 de novembro, em Belém (PA), a Amazônia vai estar no centro do mundo para os debates ambientais, mas também para a divulgação da cultura e culinária local.
A cinco meses do evento, empreendedores e chefes da região se mobilizam para transformar a biodiversidade do local em experiências gastronômicas.
A aposta é em sabores únicos, como o tucumã e a pupunha, sementes aromáticas como o puxuri, e ingredientes como a flor de jambu e a vitória-régia estão no centro de uma estratégia que une bioeconomia, turismo e cultura.
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Quem faz parte dessa rede de mobilização é Joanna Martins, diretora da Manioca, empresa que faz alimentos com ingredientes amazônicos, e associada ao Assobio (Associação dos Negócios de Sócio-bioeconomia da Amazônia).
“Por meio de reuniões, conversas e projetos estamos incentivando que restaurantes, bares e hotéis ousem em sua criatividade e usem os sabores que só existem aqui para proporcionar uma experiência culinária única para todos que estiverem na capital paraense durante a COP”, disse.
A Manioca nasceu em 2014 para levar os sabores da Amazônia para o resto do Brasil e para o mundo. O objetivo da empresa é usar a criatividade herdada da gastronomia para desenvolver alimentos que, de forma simples, podem estar no dia a dia do consumidor.

“Temos diversos produtos que podem ser usados para fazer doces ou salgados. Um exemplo é o puxuri, que é uma semente nativa da Amazônia, que possui um aroma e sabor semelhante ao da noz-moscada, mas com um toque mais marcante e aromático”, explica Joanna, que também é diretora-executiva do Instituto Paulo Martins.
Outro ingrediente que promete ser destaque é a vitória-régia, planta aquática usada para a produção de saladas, vinagrete, canapés, harmonização com peixes, ceviches veganos, risotos, em tábuas de frios e defumados.
“Ela também pode acompanhar drinques como o Cold Brew amazônico, uma bebida de café onde usamos a vitória-régia para a harmonização do drinque”, detalha Valéria Mourão, fundadora da Deveras Amazônia, marca especializada em produtos da biodiversidade local.
Jambu na pele, na bebida e no prato típico
Em uma série de reportagens em que o R7 explorou a bioeconomia em cada bioma brasileiro, um dos destaques foi a flor de jambu, erva típica da região. Além do uso dela em drinks e em cosméticos, o jambu também é famoso pelo paladar.
A erva causa uma sensação de leve dormência na boca e na avaliação dos empreendedores locais, vai conquistar os visitantes da conferência climática.
Tatiana Sinimbu, proprietária da Jambu Sinimbu, diz que os sabores da região são únicos no mundo. E dá o exemplo da flor de jambu. “Podemos fazer pratos e drinques com a flor de jambu, mas o próprio paraense precisa conhecer seus sabores e lutar por eles”, ensina.
“A gastronomia amazônica vai além do paladar, ela conecta o visitante com a floresta, com os povos tradicionais e com a biodiversidade da região”, analisa Tatiana. “Precisamos conhecer e acreditar no potencial de nossos produtos. Eu acredito e por isso incentivo o uso de nossos produtos”, finaliza.
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