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‘Esse Outubro Não É Rosa’: filme revela espera de mulheres com câncer por tratamento no SUS

Documentário acompanha mulheres que enfrentam câncer de mama enquanto aguardam nas filas de regulação do SUS

Brasília|Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília

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Histórias de Fátima e Rafaella são retratadas no documentário 'Esse Outubro Não É Rosa' Luciana Salvatore/Movimenta Filmes - material cedido ao R7

O documentário “Esse Outubro Não É Rosa”, dirigido pela fotógrafa e documentarista Luciana Salvatore, tem exibição especial nesta terça-feira (28), às 19h, no Cine Cultura, localizado no Liberty Mall, em Brasília. Produzido pelo Instituto Umanizzare em parceria com a Movimenta Filmes, o filme lança luz sobre a longa espera de mulheres diagnosticadas com câncer de mama pelo tratamento no SUS (Sistema Único de Saúde).

A obra acompanha as trajetórias de Fátima e Rafaella, duas mulheres que enfrentam a doença pela segunda vez, enquanto aguardam a quimioterapia.


A narrativa intercala momentos de intimidade, dor e resistência, expondo o contraste entre a rapidez com que o câncer avança e a lentidão do sistema público.

Apesar de ser um tipo de câncer com altas chances de cura quando tratado precocemente, muitas pacientes enfrentam atrasos de meses ou até anos entre o diagnóstico e o início do tratamento.


Fila de espera

No Distrito Federal, por exemplo, o tempo médio de espera para uma consulta com oncologista chega a 114 dias, e a fila para uma mastectomia pode ultrapassar 200 dias, segundo dados do próprio SUS.

De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o Brasil deve registrar cerca de 73 mil novos casos de câncer de mama por ano entre 2023 e 2025.


O filme, no entanto, não é um manifesto contra o sistema público, mas um grito por melhorias estruturais. Em entrevista ao R7, Luciana Salvatore ressalta a importância do SUS.

“O SUS é reconhecido como o melhor sistema de saúde do mundo, um patrimônio, e é justamente essa excelência que nos inspira a destacar a importância do acesso ao diagnóstico e tratamento para todas as mulheres. Queremos mostrar que, mesmo em um sistema de saúde de excelência, existem desafios que precisam ser superados para garantir a saúde e o bem-estar de todas”, explica.


Segundo ela, a motivação para criar o documentário vem da combinação entre experiência pessoal e compromisso social. “Não existe transformação sem consciência — e não se pode mudar aquilo que não se vê”, afirma.

Luciana ressalta que o filme é uma forma de dar visibilidade à realidade enfrentada por mulheres que aguardam tratamento de câncer de mama no SUS, ao mesmo tempo em que homenageia sua mãe e enteada, que enfrentaram a doença e deixaram lições de coragem e resiliência. “O documentário é um chamado à reflexão — e à ação”, completa.

O processo de aproximação com as protagonistas foi marcado por cuidado e vínculo afetivo. Fátima e Rafaella, que enfrentam a doença, têm suas histórias acompanhadas de perto pela equipe do Instituto Umanizzare, que promove apoio a mulheres em vulnerabilidade.

“Durante meses, criamos vínculos de confiança familiar, convivendo com essas mulheres em suas rotinas diárias, suas dores e suas esperanças. Elas não são apenas personagens — são verdadeiramente amadas e protagonistas da própria luta”, conta Luciana.

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