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R7 Brasília

Exames de doença ocular causada por diabetes caem 2,3 milhões

Na comparação entre 2021 e 2020, no entanto, houve um aumento de 46% em razão da volta das consultas 

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Exames oftalmológicos caem durante a pandemia
Exames oftalmológicos caem durante a pandemia

A quantidade de exames oftalmológicos realizados para detecção de retinopatia diabética (RD), doença que pode causar a cegueira, diminuiu em 2,3 milhões em razão da pandemia de Covid-19. Os dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), no entanto, demonstram que, com a volta gradual das atividades presenciais em 2021, o número de pessoas que procuraram as unidades de saúde voltou a aumentar neste ano, ainda que não tenha superado os índices pré-pandêmicos. 

De janeiro a setembro de 2021, foram realizados mais de 5,56 milhões procedimentos deste tipo no Sistema Único de Saúde (SUS). O percentual é 46% maior do que o mesmo período de 2020, quando o acumulado foi de 3,81 milhões. Os índices deste ano são menores do que em 2019 (5,85 mil). Ao somar os dois anos pandêmicos e compará-los com os dois imediatamente anteriores ao período de crise de saúde, o CBO calcula 2,32 milhões procedimentos a menos. 

Na análise dos indicadores do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS, o CBO identificou que os números de atendimentos a pacientes com diagnóstico ou suspeita de retinopatia diabética de 2021 ainda estão 5% abaixo do registrado em 2019. "A rotina de prevenção, diagnóstico e tratamento foi gravemente afetada com a pandemia. O afastamento da população provocou um atraso do laudo sobre o estado da saúde ocular", afirma o presidente do Conselho, José Beniz Neto.

Beniz destaca, por outro lado, a melhora significativa na comparação entre 2020 e 2021. O relatório do CBO, realizado com suporte da consultoria 360° CI, avaliou os registros dos quatro tipos de exames para o diagnóstico da retinopatia diabética oferecidos no SUS: biomicroscopia de fundo de olho, mapeamento de retina, retinografia colorida binocular e retinografia fluorescente binocular.


De janeiro a setembro de 2019, foram realizados cerca de 650,5 mil exames desses quatro tipos a cada mês. Com a pandemia, em 2020, esse número diminuiu para 423,3 mil mensais. Com a retomada da normalidade nas atividades assistenciais, a média deste ano subiu para 618,8 mil procedimentos. 

"Apesar dos índices animadores que registramos hoje, temos que percorrer um longo caminho para atingir o ideal e minimizar os impactos de médio e longo prazos que a Covid-19 causou na visão dos brasileiros", avalia o presidente do CBO.


As regiões com maior déficit são o Nordeste (-17%, comparando 2021 a 2019), Sul (-7%) e Sudeste (-6%). Apesar de liderar o ranking negativo, o Nordeste aumentou o número de exames em 50%, na comparação entre 2021 e 2020. Em primeiro lugar na recuperação aparece o Norte (88%), seguida do Centro-Oeste (80%). No Sudeste e Sul os aumentos foram de 43% e 34%, respectivamente.

As melhoras gradativas nos índices, na avaliação do conselho, podem ser explicadas, também, pela ampliação de agendas para exames e consultas no SUS, a partir da melhora na situação epidemiológica da Covid. 


Perfil

As mulheres são as que mais procuram realizar os exames de diagnóstico para retinopatia. Foram feitos 6.334.491 testes na população feminina, entre janeiro e setembro de 2019 a 2021. Outros 4.069.183 foram aplicados em homens. Com relação à idade, a maior produção ocorreu na população com idades acima de 45 anos, com 7.866.830 exames no mesmo intervalo levantado. 

A retinopatia diabética é uma lesão ocular que ocorre devido ao excesso de glicose no sangue, capaz de danificar os vasos sanguíneos dentro da retina. De acordo com o CBO, sem diagnóstico e tratamento, a doença tem potencial de rápida evolução e pode levar à perda parcial ou total da visão.

Serviço

Buscando auxiliar a retomada do ritmo dos diagnósticos, o CBO promove, no sábado (20), a partir de 9 horas, uma maratona on-line para conscientizar sobre a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento precoce da retinopatia diabética. Por meio do canal no Youtube e de outras plataformas digitais, o CBO oferecerá à população de forma gratuita a uma série de conteúdos educativos sobre a retinopatia diabética.

"Em 2020, fomos obrigados a suspender nosso trabalho devido às restrições impostas pela pandemia. Este ano percebemos que era hora de retomar nossa atuação, o que deve ajudar a recolocar o atendimento contra a RD nos trilhos", explica Pedro Carricondo, membro da CBO e coordenador do projeto. 

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