Glauber Braga e estudantes são liberados após serem detidos em ocupação na UERJ
Nas redes sociais, o parlamentar fez uma transmissão, há pouco minutos, em que falava a apoiadores
Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi liberado na noite desta sexta-feira (20) depois de ficar detido, ao lado de três estudantes, por algumas horas na Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro. No início desta tarde, a política deteve os quatro em ocupação estudantil na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Nas redes sociais, o parlamentar fez uma transmissão, há pouco minutos, em que falava a apoiadores.
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“O ato dos estudantes, hoje, falou por si só”, disse Braga ao sair da delegacia. “Quero agradecer a essa moçada, aos estudantes que estão aqui representados por Clara, Alexandre e Davi, mas que são centenas, milhares de estudantes que se mobilizaram e que vem se mobilizando em defesa da UERJ. Hoje, é um dia lamentável do ponto de vista do que foi feito. Estudante lutando pelos seus direitos, para ficar na universidade e sendo tratado com bomba. Por outro lado, é um dia de resistência e de demonstração de coragem desses e de outros estudantes que disseram que não vão desistir de lutar e de fazer a defesa da educação pública e de seus direitos.”
Em nota, o PSOL informou que acionaria o STF (Supremo Tribunal Federal) pela detenção de Braga, que classificou como ilegal em virtude da imunidade parlamentar. Conforme apurou o R7, o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ligou para o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), pedindo que ele acompanhasse de perto o caso envolvendo Braga e que garantisse as prerrogativas do parlamentar, a fim de confirmar que não houve qualquer abuso. O governador teria dito que acompanharia a situação e tomaria alguma providência se fosse o caso. Ação de Pacheco ocorreu depois que a líder do PSOL na Câmara, deputada Erika Hilton (SP) ligou para ele.
A detenção de Glauber Braga
Os manifestantes ocupam a reitoria e outros edifícios da UERJ há 56 dias. Eles protestam contra as mudanças nas regras para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil. Há uma ordem judicial que determina a desocupação dos locais.
Em nota divulgada nas redes sociais, a assessoria do deputado informou que a detenção é ilegal. “É uma detenção ilegal, já que um deputado federal só pode ser detido em flagrante por crime inafiançável. Assim funciona o autoritarismo e a truculência de Cláudio Castro [PL] e da reitoria da UERJ. Lutar não é crime! Abaixo o autoritarismo e a repressão.”
Em nota, a UERJ informou que houve uma tentativa de negociação com os estudantes, envolvendo oficiais de Justiça e membros da Comissão de Direitos Humanos da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], no Pavilhão João Lyra Filho, onde ocorre a ocupação. O objetivo era cumprir a ordem judicial de reintegração de posse.
Ainda de acordo com a reitoria, durante a negociação, já com a presença da polícia, um policial ficou ferido e foi levado ao hospital. A reitoria também afirmou que há registros em vídeo mostrando ataques de manifestantes contra a tropa policial.
“A Reitoria da UERJ lamenta profundamente que, apesar de todos os esforços de negociação - oito reuniões com entidades representativas dos estudantes, audiência de conciliação com a juíza do Tribunal de Justiça -, a situação tenha chegado a esse ponto de intransigência por parte dos grupos extremistas da ocupação.”