O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (20), que o país não precisa de uma recessão para baixar a inflação. Também afirmou que controlar o aumento de preços é tarefa do Banco Central (BC) e que o governo tem compromisso com resultado primário zero. Questionado sobre os rumos econômicos do país, Haddad respondeu que clima e cenário externo às vezes se sobrepõem e o governo não controla tais variáveis. O ministro adiantou que não é o caso atual do Brasil e que o país pode crescer com ordem nas contas públicas. “Eu não acredito que você precisa de uma recessão para baixar a inflação no Brasil, não acredito nisso... Ele não precisa fazer um ajuste recessivo para colocar ordem nas suas contas”, apontou Haddad.Segundo ele, é possível fazer um ajuste gradual que não coloque em perigo a expansão do emprego e da renda. “Nós não podemos cair no erro dos anos anteriores a esse governo, em que nós imaginamos que, crescendo pouco, nós íamos colocar ordem nas contas”, continuou. As declarações foram dadas por Haddad em entrevista ao programa “Bom dia, ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação.“Nós temos que admitir que governos erram, muitas vezes. Governos erram. E, às vezes, a coisa descalibra um pouquinho. Se não for um erro grave, você consegue corrigir rapidamente. E eu acredito realmente que o governo Lula pode ter cometido erros, mas não há ponto de não ter correção”, argumentou. O ministro da Fazenda destacou que há incertezas no cenário externo, cujas variáveis não são controladas pelo governo. Haddad exemplificou a questão como o episódio registrado no fim de 2023, com a expectativa de redução dos juros americanos ao longo de 2024, mas que não ocorreu. “Quando isso descarrilhou, não foi bonito o que aconteceu no Fed Federal Reserve - o BC americano nos Estados Unidos - no final do governo Biden, embora lá também o Fed seja autônomo, independente, as coisas mudaram muito. O dólar se valorizou no mundo inteiro, isso trouxe preocupação para o mundo inteiro”, argumentou.