Laudo exclui possibilidade de tiro na morte do homem-bomba do STF
Segundo o documento, a causa da morte foi traumatismo encefálico por explosão
A perícia da Polícia Federal concluiu que não houve a possibilidade de que Francisco Wanderley Luiz, o homem-bomba que jogou fogos de artifício contra o STF (Supremo Tribunal Federal) tenha sido atacado por qualquer disparo de arma de fogo. Segundo o documento, a causa da morte foi traumatismo encefálico por explosão.
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“Como provável dinâmica, os achados necroscópicos suportam que o indivíduo, já deitado e com a cabeça encostada no chão, teria segurado o artefato explosivo com a mão direita, contra a própria cabeça, em contato com a pele. O exame necroscópico - direto, radiográfico e tomográfico - permitiu excluir a possibilidade de que a vítima tenha sido alvejada por qualquer disparo de arma de fogo. A natureza jurídica provável da morte, do ponto de vista pericial, é o suicídio, conforme correlação dos vestígios com a psicopatologia esperada”, mostra o documento.
O laudo afirma que indivíduo teria se aproximado da estátua da Justiça na Praça dos Três Poderes e arremessado dois artefatos explosivos em direção ao Supremo. “Em seguida, teria se deitado e acionado um terceiro artefato, o qual segurou junto à própria cabeça, vindo a óbito em decorrência dessa explosão. Em nenhum momento, segundo as equipes presentes, teria havido qualquer disparo de arma de fogo por parte da segurança do STF”, diz o laudo.
Relembre
Em 13 de novembro, quase dois anos após um atentado a bomba no Aeroporto de Brasília e dos atos antidemocrátcos de 8 de janeiro, Brasília foi palco de mais uma ameaça à sua segurança. Uma série de explosões em um intervalo de minutos foi registrada por volta de 19h30 nas proximidades da Praça dos Três Poderes. O responsável pelos atos morreu em frente ao STF.
Francisco Wanderley Luiz tinha artefatos no corpo e explodiu ao menos duas bombas em frente ao STF. Além disso, teria acionado à distância a detonação de outros artefatos que estavam no porta-malas do carro dele, estacionado no anexo 4 da Câmara dos Deputados.
Antes de explodir a bomba que causou a própria morte, ele tentou entrar no prédio do STF. Um segurança da Corte que viu a ação de Francisco Wanderley Luiz disse em depoimento à Polícia Civil do DF que o homem chegou ao local com uma mochila e tirou dela alguns artefatos e um extintor.
O segurança teria mantido um breve contato com o autor e relatou que, em certo momento, o homem pediu a ele para não se aproximar e abriu a jaqueta que usava para mostrar a quantidade de explosivos carregava no próprio corpo.