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R7 Brasília

Lula compara tentativa de golpe na Bolívia ao 8 de Janeiro no Brasil

Declaração foi feita ao lado do presidente boliviano, que enfrenta queda de popularidade; movimento na Bolívia fracassou

Brasília|Ana Isabel Mansur e Plínio Aguiar, do R7 em Brasília


Lula está na Bolívia em viagem oficial Ricardo Stuckert/Presidência da República - 9.7.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou nesta terça-feira (9) a tentativa de golpe ocorrida na Bolívia em 26 de junho deste ano, quando o general Juan José Zúñiga mobilizou militares na capital La Paz, aos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF). A fala foi feita ao lado do presidente boliviano, Luis Arce, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, durante pronunciamento oficial. O movimento golpista no país vizinho, que ocorreu em meio à queda de popularidade de Arce, fracassou.

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“Assim como no Brasil, a democracia boliviana prevaleceu após um longo caminho entrecortado por golpes e ditaduras. O que julgávamos ser o fim da estrada provou ser ainda um terreno movediço. Em 2022 o Brasil completou o bicentenário de sua independência, em um dos momentos mais sombrios de sua história. Em vez de celebrar, fomos tomados por uma onda de extremismo que desembocou no 8 de Janeiro, na tentativa de golpe”, comparou Lula, ao classificar o episódio boliviano como “grave ameaça” e afirmar que as “instituições bolivianas mostraram seu valor”.

“Não podemos tolerar devaneios autoritários e golpismo. Temos a enorme responsabilidade de defender a democracia contra as tentativas de retrocesso”, acrescentou, ao citar as recentes eleições na França e no Reino Unido. Lula usou o cenário internacional para defender a integração latino-americana.

“Os exemplos recentes na França e no Reino Unido demonstram o imperativo de superar diferenças em prol de um objetivo comum. Isso também se aplica à integração regional. Quanto mais sólida for nossa parceria, menor será o apelo dos que pregam divisões”, completou.


Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, foi eleito novo primeiro-ministro do Reino Unido na última quinta-feira (4). A legenda obteve a maioria dos votos e retornou ao poder depois de 14 anos de governo do Partido Conservador.

Na França, a coalizão de esquerda e centro-esquerda obteve a maioria dos votos no segundo turno nesse domingo (7) e deixou o partido de direita liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella em terceiro lugar, atrás do grupo de centro comandado pelo presidente Emmanuel Macron, que ficou em segundo.


Críticas

O petista já tinha repudiado a tentativa de golpe na Bolívia em outras ocasiões. Nessa segunda (8), ao chegar ao país, ele classificou o caso como “imperdoável”. Graças a Deus, o povo boliviano garantiu a democracia e a solidariedade internacional foi muito importante. É inimaginável você pensar que no primeiro quarto do século 21, você achar que vai resolver o problema dando golpe”, declarou a jornalistas.

“Não existe milagre, o que existe é respeito a democracia, que é o sistema que pode permitir a alternância de poder. O povo elege um hoje, não gosta, amanhã elege outro”, completou. O presidente já tinha criticado a tentativa de golpe mais cedo, durante a cúpula do Mercosul.

“Há menos de 15 dias, um membro de nosso bloco sofreu uma tentativa de golpe. A democracia prevaleceu graças à firmeza do governo boliviano, à mobilização de seu povo e do rechaço da comunidade internacional. O Mercosul permaneceu, mais uma vez, unido em defesa da plena vigência do Estado de Direito, consagrado pelo Protocolo de Ushuaia”, afirmou na ocasião.

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