Lula defende participação de países africanos e sul-americanos no Conselho de Segurança da ONU
Presidente falou em assento permanente e reformulação do mecanismo internacional, além de criticar Rússia e Estados Unidos
Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar países como Estados Unidos e Rússia em relação às guerras iniciadas por eles e defendeu a participação de Estados sul-americanos e africanos no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). As declarações foram dadas pelo petista durante live semanal, nesta terça-feira (8), antes da Cúpula da Amazônia, em Belém (PA).
"A ONU precisa ser remodelada. A ONU não pode continuar com a mesma estrutura que foi criada em 1945. É preciso que a gente tenha mais países: africanos, asiáticos, da América Latina. É preciso de mais gente no Conselho de Segurança, como membro permanente, e é preciso acabar o direito de veto. Não sei se você percebe, mas as últimas três guerras foram feitas por membros do Conselho de Segurança: os Estados Unidos contra o Iraque, a Inglaterra e França contra a Líbia, e agora o Putin com a Ucrânia. São membros permanentes, fazem guerra. Qual o respeito que vão ter dos outros?", disse Lula.
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Atualmente, o Conselho de Segurança da ONU é composto de forma permanente por Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China. Todos os anos, a Assembleia-Geral elege cinco membros não permanentes para um mandato de dois anos. Esses assentos são distribuídos regionalmente da seguinte forma: cinco para os grupos dos Estados africanos e asiáticos; um para o grupo dos Estados do Leste Europeu; dois para o grupo da América Latina e Estados das Caraíbas; e dois para o grupo dos Estados da Europa Ocidental e outros Estados.
Durante a live semanal, Lula afirmou que foram gastos mais de R$ 2 trilhões apenas para comprar armas de fogo nas guerras mundiais. "Enquanto isso, nós temos 735 milhões de pessoas passando fome. Enquanto isso, nós temos milhões de desempregados. Esse dinheiro deveria estar circulando nas mãos do povo mais humilde, gerando pequenos consumidores e que iam gerar mais empregos", afirmou o presidente.
"O Biden, quando ocorreu a Covid-19 nos Estados Unidos, arrumou US$ 5 trilhões. O Banco Central da União Europeia arrumou 700 bilhões de euros, de um dia para o outro. O dinheiro existe. O que precisa é que esse dinheiro seja colocado a serviço de melhorar a vida da humanidade, de cuidar do clima, de preservação ambiental, e não destruição."
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Lula também disse que a responsabilidade de cuidar de biomas não é só do Brasil. "A responsabilidade de cuidar do planeta não é só do Brasil, que tem a Amazônia, o cerrado, o pantanal, a caatinga. Não. A responsabilidade é de todos. Se eles já destruíram para se industrializar, agora têm uma dívida do passado que é preciso repor para ajudar os países que ainda podem fazer a manutenção da floresta", afirmou o presidente.