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Lula defende resposta mais dura da Justiça Eleitoral sobre laudo falso de Marçal contra Boulos

Presidente participou de caminhada neste sábado; documento falso comprovaria suposto uso de cocaína por Boulos

Eleições 2024|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Presidente está em SP desde a noite de sexta Ricardo Stuckert/Presidência da República - 5.10.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado (5) uma resposta mais dura da Justiça Eleitoral contra o laudo falso que Pablo Marçal (PRTB) usou contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Os dois são candidatos à Prefeitura de São Paulo (SP).

Nessa sexta (4), Marçal postou nas redes sociais um suposto documento médico que comprovaria o uso de cocaína pelo parlamentar. A Justiça determinou a exclusão da publicação, e a Polícia Federal investiga o caso.

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“Eu acho que cabe [uma resposta mais dura da Justiça Eleitoral contra o laudo falso]. Acontece que a Justiça às vezes leva tempo para julgar e, às vezes quando julga, já acabou as eleições. Nós temos casos que o resultado [do processo] é quatro, cinco meses depois”, afirmou o petista a jornalistas. O presidente participou de uma caminhada de Boulos na Avenida Paulista, ao lado da vice na chapa, Marta Suplicy, e das ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas).

“É importante que a Justiça, que eu respeito muito e que defendo o papel, leve em conta que a gente não pode mais fazer campanha com alguém que só sabe provocar, mentir, dizer inverdades e ofender as pessoas. Quando a gente vai para a televisão fazer um debate, a gente tem expectativa de que possa contribuir com informação para o povo, com politização do povo, para o povo começar a gostar de política, a gostar dos candidatos e a votar corretamente. Quando o povo vai votar com base na quantidade de mentiras, de inverdades, de provocações, é mais difícil. Então, o Brasil está voltando a ser civilizado, e a vitória do Boulos significa São Paulo 100% civilizada”, acrescentou o presidente, ao pedir que o caso seja analisado “imediatamente”.


“Essa é uma briga imensa que nós temos a vida inteira. Não é fácil e não é a primeira vez que a gente diz que a Justiça é morosa às vezes. Às vezes tem uma quantidade imensa de processos, os juízes se queixam que tem muitos processos. Mas o dado concreto é que, como se trata de uma eleição, esse processo tem que ser julgado imediatamente, porque precisa ser julgado, para o povo, ao votar, saber que o candidato não tem nenhum ilícito na sua vida, não contou mentira. E quem contou mentira seja punido”, defendeu o presidente.

Lula aproveitou para criticar Marçal. “Acho que todos que ficaram ricos com o sistema agora fingem que são contra o sistema. Eles ficaram ricos com o sistema e agora criticam o sistema. Esse cidadão ficou rico? Como ele ficou rico? Não foi contra o sistema, quem sabe seja utilizando o sistema para ficar rico”, destacou, ao estender as críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


“O Boulos não é sistema, é um brasileiro que tem consciência política, que amadureceu lutando com os trabalhadores, brigando para construir casa para os trabalhadores, brigando pelos direitos democráticos. Então essa mentira... Eu já tive o prazer de concorrer contra um desses mentirosos, que passou o tempo inteiro contando mentira na televisão. Você pega a biografia dele e não tem nada, é como se fosse um livro sem nenhuma palavra, em branco”, completou.

Empate às vésperas

A mais nova pesquisa do Instituto Real Time Big Data para a Prefeitura de São Paulo, encomendada pela RECORD e divulgada nesta sexta-feira (4), revela que Pablo Marçal (PRTB), Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) estão tecnicamente empatados, com 27%, 26% e 24%, respectivamente. O resultado foi constatado no levantamento estimulado, quando uma lista com os nomes dos candidatos é apresentada aos entrevistados.


Tabata Amaral (PSB) alcançou 12% das intenções de voto, enquanto Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo) possuem 3% cada. Nulos e brancos somam 3% e os que sabem ou não responderam são 2%. Segundo o levantamento, a soma dos candidatos Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP) não atingiu 1%.

No cenário espontâneo, quando o entrevistador não cita os nomes dos políticos, os três líderes da pesquisa seguem em empate técnico, com 21%, 21% e 19%, respectivamente. Tabata tem 9% e Datena possui 2%. Maria Helena alcançou 1%. Já os outros candidatos, que não foram mencionados, somam 3%. Nulos e brancos correspondem por 7% e não sabem ou não responderam, 17%.

Laudo falso

A publicação de Marçal mostra um documento falso com o nome do paciente “Guilherme Castro Boulos”, mesmo nome do candidato do PSOL, que teria sido atendido em 19 de janeiro de 2021, às 16h45, por um médico chamado José Roberto de Souza.

Segundo o site do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo), o registro profissional desse médico está inativo desde 2022. Conforme apurou o R7, no sistema do CFM (Conselho Federal de Medicina), Souza aparece como “falecido”.

No receituário, o médico teria encaminhado Boulos ao psiquiatra, em critério emergencial, por “quadro de surto psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”. Os supostos sintomas também incluíam “confusão mental e episódio de agitação”.

Em seguida, o médico passa a descrever o que seria o exame toxicológico de Boulos, apresentado por um acompanhante dele. “Indica positivo para benzoilmetilecgonina, cocaína”, diz o documento.

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