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Ministério da Saúde retoma vacinação de adolescentes

A pasta havia suspendido a vacinação de jovens de 12 a 17 anos sem comorbidades

Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

Nova nota técnica afirma que benefícios da vacina em adolescentes são maiores que riscos
Nova nota técnica afirma que benefícios da vacina em adolescentes são maiores que riscos Nova nota técnica afirma que benefícios da vacina em adolescentes são maiores que riscos

O Ministério da Saúde recuou e decidiu retomar a vacinação os adolescentes de 12 a 17 anos sem combordidades. A medida cautelar da semana passada que suspendia a vacinação dessa faixa etária foi suspensa. Uma nota informativa da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 da pasta, divulgada na noite no último dia 15, informava que a pasta não recomendava a vacinação de crianças e adolescentes menores de 18 anos sem comorbidades. A nota informativa mudava a recomendação anterior, de 2 de setembro, de vacinação deste público.

O ministério justificou a medida da semana passada pelo suposto uso de vacinas ainda não aprovadas pela Anvisa em adolescentes de 12 a 17 anos, pelos estados. O óbito de uma jovem após a vacinação também foi apontado como razão para a interrupção, além da suspeita de eventos adversos. De acordo com a coletiva desta quarta-feira (22), houve um estudo sobre esses fatos e ficou decidido que não há razão para a interrupção da vacinação. 

Estados e municípios continuaram a vacinar adolescentes

Mesmo após o anúncio da suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades pelo Ministério, na semana passada, a maior parte das cidades brasileiras continuo a vacinação desse grupo. A fala do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, gerou uma série de críticas de sociedades médicas e especialistas, por não ter respaldo nos fatos.

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Argumentos desconstruídos

Dentre as justificativas do ministro para não vacinar adolescentes sem comorbidades estavam: um suposto recuo do Reino Unido no mesmo sentido e uma suposta orientação da OMS. Todos os argumentos foram desconstruídos já nas primeiras horas após o pronunciamento de Queiroga da semana passada.

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No começo do mês, o JCVI (Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização) britânico concluiu que “a margem de benefício é considerada muito pequena" na imunização de jovens de 12 a 15 anos saudáveis. Mesmo assim, a Grã Bretanha seguiu adiante com os planos de vacinar os adolescentes, com o aval de sociedades médicas e diante da volta às aulas. Sobre a suposta ressalva da OMS sobre a vacinação de adolescentes, a entidade apenas defende a priorização dos grupos mais vulneráveis.

A Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou nota na semana passada em que defende a vacinação de todos entre 12 e 17 anos com ou sem comorbidades. "Apesar de diversos estudos oriundos de vários países estimarem que o número de casos de Covid-19 na faixa etária pediátrica seja de 1% a 5% do total de casos confirmados, ainda que na sua maioria, apresentem formas leves ou assintomáticas, crianças e adolescentes não estão isentos da ocorrência de formas graves, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e a Síndrome Inflamatória Multissistêmica, além de casos de Covid-19 longa e suas consequências, especialmente em relação aos aspectos cognitivos envolvendo o aprendizado. O número de óbitos reportado no último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, somado ao total do ano anterior, é de 2.416 óbitos de crianças e adolescentes, representando mais do que a soma de todos os demais óbitos por doenças imunopreveníveis, o que denota o impacto da doença nessas faixas etárias", diz o comunicado.

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Vacina Pfizer/BioNTech

A vacina da Pfizer/BioNTech é a única autorizada pela Anvisa para uso em menores de idade até agora para utilização em adolescentes com 12 anos ou mais que utiliza tecnologia de RNA mensageiro. O aval da Anvisa foi dado em 11 de junho. O imunizante da Pfizer possui registro sanitário definitivo no órgão regulador, ou seja, não é um produto "experimental", como chegou a ser dito pelo presidente Jair Bolsonaro.

A própria Anvisa se manifestou a favor da vacinação de adolescentes sem comorbidades. “Para as conclusões sobre eficácia, foram considerados 1.972 adolescentes vacinados. A eficácia da vacina observada foi de 100% para indivíduos sem evidência de infecção prévia por SARS-CoV-2, antes e durante o regime de vacinação, e 100% para aqueles com ou sem evidência de infecção prévia por SARS-CoV-2, antes e durante o regime de vacinação”, afirma a Anvisa em nota.

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