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R7 Brasília

Ministérios que correm risco de desaparecer somam orçamento de R$ 1,33 trilhão

Medida provisória precisa ser aprovada pelo Congresso até quinta (1º) para não perder a validade; 17 pastas podem deixar de existir

Brasília|Ana Isabel Mansur e Hellen Leite, do R7, em Brasília

Congresso Nacional e Esplanada dos Ministérios
Congresso Nacional e Esplanada dos Ministérios

Os ministérios do governo federal que correm o risco de deixar de existir têm orçamento de R$ 1,33 trilhão para 2023. As pastas inauguradas e recriadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) podem desaparecer, caso a medida provisória 1.154/2023, que reestruturou a Esplanada dos Ministérios, não seja aprovada pelo Congresso Nacional até quinta-feira (1º). O prazo leva em conta a data de apresentação do texto, em 1º de janeiro.

Ao todo, 17 ministérios e órgãos com status de pastas federais podem acabar. Desses, cinco são comandados atualmente por nomes do PT e três estão sob a alçada do MDB. O PSB deixaria de ter dois ministérios; o PSOL, o PDT e o PSB , cada um, perderiam uma pasta.

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Confira abaixo os titulares, as legendas e o orçamento de cada área:

• Ana Moser (Ministério do Esporte): R$ 937,3 milhões;


• André de Paula (Ministério da Pesca e Aquicultura): R$ 275,1 milhões;

• Anielle Franco (Ministério da Igualdade Racial): R$ 91,8 milhões;


• Carlos Lupi (Ministério da Previdência Social): R$ 883,2 bilhões;

• Cida Gonçalves (Ministério das Mulheres): R$ 117 milhões;

• Esther Dweck (Ministério de Gestão): R$ 6,03 bilhões;

• Geraldo Alckmin (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços): R$ 2,5 bilhões;

• Jader Filho (Ministério das Cidades): R$ 20,4 bilhões;

• Luiz Marinho (Ministério do Trabalho): R$ 96,3 bilhões;

• Márcio França (Ministério dos Portos e Aeroportos): R$ 3,9 bilhões;

• Margareth Menezes (Ministério da Cultura): R$ 6,3 bilhões;

• Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social): não estava definida como um órgão orçamentário independente (a princípio, fazia parte do Ministério das Comunicações e, porteriormente, passou para a alçada da Presidência da República);

• Paulo Teixeira (Ministério do Desenvolvimento Agrário): R$ 4,9 bilhões;

• Renan Filho (Ministério dos Transportes): R$ 23,3 bilhões;

• Sinome Tebet (Ministério do Planejamento): R$ 3,07 bilhões;

• Sônia Guajajara (Ministério dos Povos Indígenas): R$ 640,6 milhões; e

• Wellington Dias (Ministério do Desenvolvimento Social): R$ 276,05 bilhões.

Leia também

• PT: Cida Gonçalves, Luiz Marinho, Paulo Teixeira, Paulo Pimenta e Wellington Dias;

• MDB: Jader Filho, Renan Filho e Simone Tebet;

• PSB: Geraldo Alckmin e Márcio França;

• PSD: André de Paula;

• PDT: Carlos Lupi;

• PSOL: Sônia Guajajara; e

• Sem partido: Ana Moser, Anielle Franco, Esther Dweck e Margareth Menezes.

Aprovação

Nos bastidores, a expectativa do governo Lula é de que a medida provisória seja aprovada a tempo. Tanto o Executivo quanto a base aliada no Legislativo não trabalham com a hipótese de os ministérios deixarem de existir.

Em último caso, se as pastas desaparecerem, não há definição de como ficará a Esplanada dos Ministérios. Parte dos interlocutores ouvidos pelo R7 afirma que o desenho do governo federal voltará a ser como era no fim da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com 23 ministérios. Outros, no entanto, admitem não saber como ficará a disposição das pastas. "Não há clareza sobre isso", disse uma das fontes.

Tramitação

A medida provisória já foi aprovada por uma comissão mista, mas ainda precisa passar pelos Plenários da Câmara e do Senado até quinta (1º). A análise da comissão representou uma derrota para o governo Lula, porque o texto final do relator, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), esvaziou os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente

O relatório de Bulhões muda a alocação de algumas áreas do Meio Ambiente: o Cadastro Ambiental Rural (CAR) passaria para a Gestão e Inovaçao em Serviços Públicos; a Agência Nacional das Águas (ANA) seria de responsabilidade do Desenvolvimento Regional; e a implementação dos Sistemas de Informações em Saneamento Básico (Sinisa) e de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) seria missão do Ministério das Cidades.

Outra mudança feita pelo relator devolve ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a atribuição de demarcar terras indígenas. Com a reestruturação das pastas federais, Lula tinha transferido essa responsabilidade para os Povos Indígenas.

Embora o presidente tenha se comprometido a tentar reverter as alterações feitas pelo relator, há dificuldades em articular o tema no Legislativo, porque as propostas de Bulhões têm apoio da bancada ruralista, a mais forte dentro do Parlamento.

Interlocutores envolvidos com a tramitação da medida provisória admitem que o Executivo deve priorizar a discussão de mudanças em outros temas, como a MP da Mata Atlântica, aprovada pela Câmara na semana passada. Marina Silva garantiu que Lula vetará o trecho que dificulta a proteção do bioma. "Não vemos mais possibilidade de alteração. Tudo foi acordado com o Planalto, o desgaste seria inevitável", destacou uma fonte sobre a reestruturação dos ministérios.

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