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Moraes, Arthur Lira e Gilmar Mendes estão entre autoridades espionadas pela Abin paralela

Relatório entregue ao STF indicia mais de 30 nomes suspeitos de usar a estrutura da agência para espionar desafetos de Bolsonaro

Brasília|Do R7

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Alexandre de Moraes (esq.), Arthur Lira e Gilmar Mendes (dir) foram algumas das autoridades monitoradas Ton Molina/STF - 11/6/2025 (esq.); Lula Marques/ Agência Brasil; Ton Molina/STF - 12/6/2025 (dir.)

A investigação da Polícia Federal revelou que autoridades e políticos foram monitorados durante um suposto esquema de espionagem operado por uma “Abin Paralela”, que teria funcionado dentro da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL-SP).

Segundo o relatório entregue nesta terça-feira (17) pela PF, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes estão entre os alvos, assim como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL). As investigações também indicam que jornalistas foram monitorados.


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A PF indiciou mais de 30 pessoas, entre elas o filho do ex-presidente e vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Correa, escolhido pelo presidente Lula.

Segundo fontes da corporação, o ex-presidente Bolsonaro teve envolvimento no caso e teria integrado uma organização criminosa, mas não foi indiciado porque já responde pelo crime na ação penal da tentativa de golpe de Estado.


Assim como Bolsonaro, não foram indiciados o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que na época dirigia a Abin, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues. Os três são réus no STF por envolvimento no plano de golpe de Estado e respondem por organização criminosa.

No relatório de mais de 800 páginas, a PF detalha o monitoramento de inimigos políticos de Bolsonaro, como ministros, políticos e até jornalistas. Além disso, mostra a espionagem contra servidores da Receita Federal que atuaram para investigar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em um suposto esquema de rachadinha na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).


Autoridades monitoradas

Ainda no STF, os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso — atual presidente da Corte — também aparecem na lista de monitoramentos ilegais.

No Legislativo, a Polícia Federal identificou indícios de que o suposto grupo espionava os ex-presidentes da Câmara Rodrigo Maia e Arthur Lira, além de outros parlamentares de ambas as Casas.


A apuração também revelou que servidores do Ibama e autoridades da Receita Federal tiveram informações “avaliadas” pelo grupo, assim como as do ex-governador de São Paulo João Doria.

Relembre

O indiciamento é resultado da Operação Última Milha, que apura a atuação de uma suposta organização criminosa responsável por monitoramentos ilegais de desafetos do ex-presidente Bolsonaro, além da produção de notícias falsas a partir dos sistemas da Abin.

“O grupo utilizou ferramentas e serviços da agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, visando à obtenção de proveitos pessoais e até mesmo à interferência em investigações da Polícia Federal”, informou a PF à época.

De acordo com as investigações, o programa utilizado permitia o monitoramento de até 10 mil celulares por ano. O uso da ferramenta não configura crime quando feito mediante solicitação formal às operadoras, como parte de investigações em curso. Nesses casos, os dados são obtidos com autorização legal.

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