MP e GDF encerram 17 eventos de Carnaval irregulares
Inspeção ocorreu em 150 bares e festas; governo proibiu programas de Carnaval para evitar aumento no número de casos de Covid-19
Brasília|Lucas Nanini, do R7, em Brasília
O Ministério Público e órgãos do governo do Distrito Federal interditaram 17 estabelecimentos por promoverem festas e aglomerações nesta sexta-feira de Carnaval (25). Esse tipo de evento foi proibido pelo governador Ibaneis Rocha por meio de decreto editado em janeiro. Segundo o MP, foram inspecionadas cerca de 150 localidades, entre bares e espaços para festividades.
O órgão informou que 11 autuações foram aplicadas por irregularidades, descumprimento do protocolo sanitário, poluição sonora e uso irregular de área pública. Quem for pego cometendo alguma dessas infrações poderá pagar multas de R$ 4.000 a R$ 20 mil.
Foram fechados espaços em áreas como Plano Piloto, Santa Maria e Gama. No Conic, duas festas foram interditadas. O mesmo aconteceu em um evento do Saan (Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte). A operação também incluiu bares no Sudoeste e no SIG (Setor de Indústrias Gráficas).
Em uma área pública do Setor de Clubes Norte, um espaço de 1.600 m² foi desmobilizado pela DF Legal (Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal). O espaço tinha estrutura metálica de cobertura, palco, duas grandes tendas e banheiros químicos. Pelo menos 30 casos de motoristas que conduziam veículo sob efeito de álcool foram registrados pelo Detran no DF.
A fiscalização continua durante todo o Carnaval. As operações são realizadas entre 18h e 2h, e vão até a terça-feira (1º). Participam das ações o MP, DF Legal, SSP (Secretaria de Segurança Pública), Semob (Secretaria de Transporte e Mobilidade), Diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Procon-DF e Ibram (Brasília Ambiental).
O aumento da fiscalização de festas clandestinas durante o Carnaval no DF havia sido prometido pelo governador Ibaneis Rocha na última segunda-feira (21). Ele afirmou que os órgãos de controle estariam nas ruas e descartou qualquer tipo de flexibilização dos protocolos sanitários contra a Covid-19 no feriado prolongado.
“A fiscalização tem sido constante, e a gente está tentando manter o máximo possível. Vamos incrementar as ações nos dias de Carnaval, para que possamos ter tranquilidade e não ter elevação nos números da Covid”, declarou.
Segundo Ibaneis, o número de mortes ainda continua alto e há uma pressão na rede pública para o tratamento dos pacientes. “Ainda é muito cedo para a gente tratar disso. Estamos com um número muito alto de internações", disse.
Leia também
Em janeiro, o governador assinou um decreto pelo qual se suspendia "a realização de festas e eventos de Carnaval, públicos ou privados". O objetivo era evitar as aglomerações típicas desses eventos, que podem favorecer a contaminação pelo coronavírus.
Na última quinta-feira (24), o diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Fabiano dos Anjos, afirmou que a pasta temia que o Carnaval levasse a uma alta nas taxas de contaminação da população por Covid-19. Ele e o secretário Manoel Pafiadache destacaram que o número de contaminados começa a cair, mas que o comportamento durante a data comemorativa seria decisivo para o cenário a seguir.