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R7 Brasília

‘Não sou obrigado a dizer a conversa que tive com Lira’, diz Lula

Presidente negou que encontro tenha sido reunião; compromisso ocorreu no domingo e não foi incluído na agenda de Lula

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Encontro com Lira foi conversa privada Ricardo Stuckert/Presidência da República - 23.4.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (23) que “não é obrigado” a dizer o conteúdo da conversa que teve com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no último domingo (21). A fala ocorreu em café da manhã com a imprensa, no Palácio do Planalto. O petista negou que o encontro tenha sido uma reunião, já que os líderes do governo no Congresso não participaram. O compromisso não foi listado na agenda oficial de Lula.

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“Se eu fizesse uma reunião com Lira e quisesse que a imprensa soubesse, eu falaria para a imprensa, seria simples assim. Eu comunicaria a imprensa: ‘vou ter uma reunião com Lira.’ Quando eu fizer a reunião com Lira, eu converso com vocês sobre o assunto ou resultado”, destacou.

Não tive reunião com Lira, tive conversa. É diferente de uma reunião. Se eu tivesse uma reunião, teria trazido meu líder na Câmara [deputado José Guimarães (PT-CE)], meu líder no Congresso Nacional [senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP)], para poder fazer uma reunião sobre as coisas da Câmara. Como foi uma conversa entre dois seres humanos, peço a vocês que não sou obrigado a dizer a conversa que tive com Lira”, completou Lula.

O petista também disse que tentou conversar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na última sexta (19), mas não conseguiu por questões ligadas à saúde do senador. O interesse de Lula é se reunir com Pacheco ainda nesta semana.


Em relação à presença do ex-deputado federal Eduardo Cunha na Câmara, Lula declarou que é “normal” o ex-parlamentar frequentar a Casa, já que é pai da deputada Dani Cunha (União-RJ). Cunha autorizou a abertura do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, quando era presidente da Câmara, em 2016.

“Acho normal, do ponto de vista político. Ele está solto, não está preso, tem filha deputada, tem direito de ir ao gabinete. O que acho anormal é se ele estiver tendo influência politica nas decisões do Congresso, o que não acredito. [A presença de Cunha na Câmara] dá para entender, mas não dá para explicar. Mas, paciência”, afirmou.


Relação com o Legislativo

O encontro com os presidentes da Câmara e do Senado ocorre em meio à tensão entre o Congresso e o governo, que tem Lira como um dos pivôs. No início deste mês, Lira e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se confrontaram publicamente e trocaram farpas, em meio a um crescente acúmulo de desgaste desde o ano passado.

Lira afirmou que Padilha é um “desafeto pessoal” e o chamou de “incompetente”. Padilha rebateu as críticas e disse iria “descer a esse nível” das acusações do presidente da Câmara. Dias depois, Lula elogiou o trabalho do ministro, responsável pela articulação política do Executivo com o Congresso Nacional, e afirmou que Padilha permanece no cargo “só de teimosia”.

“Quero agradecer o companheiro Padilha, que está em um cargo que parece ser o melhor do mundo nos primeiros seis meses e depois começa a ser um cargo muito difícil. É como um casamento, nos primeiros seis meses é tudo maravilhoso, não sabe os defeitos da companheira, porque a gente está se conhecendo. Mas aí chega um momento que começa a cobrar. Padilha está na fase da cobrança. É o tipo de ministério que a gente troca a cada seis meses, para que o novo faça novas promessas. Mas, só de teimosia, Padilha vai ficar muito tempo, porque não tem ninguém melhor preparado para lidar com a diversidade do Congresso. A gente deixa de ser unanimidade quando a gente começa a ter divergências, mas a vida é assim. Quero dizer do meu reconhecimento pelo trabalho que você faz, que é muito difícil”, declarou o presidente.

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