'Não vou permitir a Força Nacional', disse major da PM em mensagem sobre invasão às sedes dos Poderes
Flávio Silvestre Alencar está preso por envolvimento nos ataques do 8 de Janeiro, mas foi um dos alvos da operação desta sexta
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
O major da Polícia Militar do Distrito Federal Flávio Silvestre Alencar afirmou em mensagem trocada com o alto comando da corporação que impediria a Força Nacional de agir em caso de manifestação na Esplanada dos Ministérios, em 8 de janeiro. "Como estarei [no comando], eu não vou permitir a atuação da Força Nacional na nossa Esplanada, viu? Não vou autorizar", disse o policial em mensagem enviada ao coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos.
Os dois foram alvo da operação da Polícia Federal desta sexta-feira (18) que mirou outros cinco integrantes da cúpula da PMDF por suspeita de omissão nos atos extremistas de 8 de janeiro.
Silvestre já havia sido preso duas vez, a última em maio, na 12ª fase da Operação Lesa Pátria. Ele integrava o 6º Batalhão da PM, responsável pela Esplanada dos Ministérios e coordenado pelo coronel Casimiro à época dos atos extremistas em Brasília. O militar foi flagrado por câmeras de segurança no dia das invasões dando ordens à tropa para que recuasse da grade de contenção, que impedia extremistas de avançar até o STF.
A mensagem contra a atuação das Forças Armadas foi enviada às vésperas do 8 de Janeiro, às 21h38. Nesse momento, o major já sabia que estaria de serviço e comandaria as tropas na Esplanada. Outra manifestação que sugeria omissão por parte de Silvestre ocorreu em dezembro de 2022, quando ele enviou uma mensagem em que afirmava que "na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso".
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Legislativa do Distrito Federal, Silvestre afirmou que a fala sobre deixar invadir o Congresso foi uma "brincadeira", uma "mensagem infeliz" feita em um grupo não institucional.