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Negócios, empregos, investimentos: o que o Brasil perde com o tarifaço

Apesar do ‘alivio’ concedido a 694 produtos, é estimado que as taxas possam reduzir o custo do PIB em R$ 25,8 bilhões

Brasília|Do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Tarifa dos EUA pode reduzir o PIB brasileiro em R$ 25,8 bilhões a curto prazo.
  • Estimativa de perda de 30 mil empregos em dois anos e 172 mil em até 10 anos.
  • 74% das exportações estão sujeitas a tarifas adicionais, tornando produtos menos competitivos.
  • Governo cria plano de contingência com R$ 30 bilhões para proteger setores afetados.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Tarifas de Trump entraram em vigor no último dia 6 White House/Abe McNatt

Além da perda nas exportações, o tarifaço imposto ao Brasil pelos Estados Unidos pode gerar impactos diretos na atividade econômica brasileira, sobretudo em empregos, indústrias e investimentos. Apesar do “alivio” concedido a 694 produtos, é estimado que as taxas possam reduzir o custo do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em R$ 25,8 bilhões no curto prazo, e até R$ 110 bilhões em um intervalo de tempo maior, estima a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.

Em relação ao mercado de trabalho, a federação prevê a redução de ao menos 30 mil empregos em até 2 anos. No longo prazo, de 5 a 10 anos, os impactos podem ultrapassar R$ 15,8 bilhões no PIB estadual e eliminar no mínimo 172 mil postos de trabalho.


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As consequências na indústria também preocupam empresários do setor, principalmente de siderurgia, pecuária, fabricação de produtos de madeira e calçados.

Especialistas apontam que, no caso das exportações, o aumento do preço desses produtos pode torná-los menos competitivos no mercado exterior.


Dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontam que 77,8% das exportações estão sujeitas a alguma taxação adicional, considerando as ordens executivas que instituíram tarifas de diferentes patamares ao longo do ano, variando de 10% a 50%, essa última aplicada exclusivamente a produtos de aço, alumínio, cobre, veículos e autopeças.

Inflação e investimentos

Para o economista Hugo Garbe, o aumento dessas tarifas pode gerar uma pressão na inflação brasileira, que é sensível a choques externos.


O analista explica que esse aumento pode se dar, principalmente, devido às expectativas inflacionárias, um ambiente global de maior incerteza e preços voláteis que podem afetar as expectativas de agentes econômicos.

Fatores como o fortalecimento do dólar, interligado à dependência do Brasil com insumos importados, também pode pressionar preços internos.


“Se as tarifas dos EUA causarem aumento global nos preços de produtos intermediários, como fertilizantes, semicondutores e maquinário, esses custos se transmitem para a cadeia produtiva doméstica, sobretudo na agroindústria e no setor manufatureiro”, disse Garbe.

Em complemento, o economista Augusto Mergulhão entende que, no curto prazo, o impacto mais provável é de alívio na inflação de alimentos, especialmente nas carnes, já que parte da produção destinada aos EUA ficaria no mercado interno. Entretanto, o cenário pode variar conforme o câmbio.

“Se o câmbio reagir com desvalorização acentuada, esse efeito pode ser parcialmente ou totalmente compensado pelo encarecimento de produtos importados e insumos industriais. Assim, o saldo final dependerá da intensidade da reação do dólar e das medidas que o governo adotar para conter repasses aos preços domésticos”, analisou.

Plano de contingência

A falta de um acordo com os norte-americanos e a preocupação dos empresários com as consequências do tarifaço levaram o governo federal a criar um plano de contingência para proteger os setores afetados.

Nesta quarta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar uma MP (medida provisória) com crédito de R$ 30 bilhões para empresas prejudicadas pelo tarifaço.

De acordo com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o principal objetivo agora é reduzir as alíquotas e excluir o máximo possível de itens do tarifaço. Paralelamente, será implementado um plano de contingência para apoiar os setores mais afetados pelas exportações para os Estados Unidos.

Segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o plano deve ter impacto reduzido nas contas públicas.

Tebet garantiu que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços está separando empresa por empresa dentro de cada setor. E deu exemplo do setor de pescado, um dos mais atingidos.

“Mas nem todas as empresas serão beneficiadas. Tem empresa que não exporta, tem empresa que exporta, mas não para os Estados Unidos. E tem empresa que exporta para os Estados Unidos, mas já está redirecionando a sua produção. Então, estamos sendo criteriosos, até porque é dinheiro público”, comentou.

Perguntas e respostas

Quais são os impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil?

O tarifaço pode gerar impactos diretos na economia brasileira, afetando empregos, indústrias e investimentos. Estima-se que as taxas possam reduzir o custo do PIB em R$ 25,8 bilhões no curto prazo e até R$ 110 bilhões a longo prazo.

Quantos empregos podem ser perdidos devido a essas tarifas?

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais prevê a perda de pelo menos 30 mil empregos em até 2 anos. No longo prazo, de 5 a 10 anos, os impactos podem eliminar no mínimo 172 mil postos de trabalho.

Quais setores da indústria estão preocupados com as consequências do tarifaço?

Os setores mais preocupados incluem siderurgia, pecuária, fabricação de produtos de madeira e calçados.

Como as tarifas afetam as exportações brasileiras?

O aumento do preço dos produtos devido às tarifas pode torná-los menos competitivos no mercado exterior. Dados da CNI indicam que 77,8% das exportações estão sujeitas a alguma taxa adicional, variando de 10% a 50%.

Qual é a opinião dos economistas sobre o impacto das tarifas na inflação?

O economista Hugo Garbe aponta que o aumento das tarifas pode pressionar a inflação brasileira, especialmente devido a choques externos e expectativas inflacionárias. O fortalecimento do dólar e a dependência do Brasil de insumos importados também podem afetar os preços internos.

O que o governo brasileiro está fazendo para mitigar os efeitos do tarifaço?

O governo federal criou um plano de contingência para proteger os setores afetados e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinará uma medida provisória com crédito de R$ 30 bilhões para empresas prejudicadas. O objetivo é reduzir as alíquotas e excluir o máximo possível de itens do tarifaço.

Como será a implementação do plano de contingência?

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o plano terá impacto reduzido nas contas públicas e que o MDIC está separando empresa por empresa dentro de cada setor, sendo criteriosos na seleção das empresas que receberão apoio.

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