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No Brasil, Macron pode discutir com Lula acordo entre Mercosul e União Europeia e conflitos globais

Presidentes devem conversar sobre cooperação na oferta de combustível do primeiro submarino com propulsão nuclear

Brasília|Ana Isabel Mansur e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula e Macron vão se reunir de forma bilateral
Lula e Macron vão se reunir de forma bilateral Lula e Macron vão se reunir de forma bilateral (Ricardo Stuckert/PR - 2.12.2023)

Durante a visita ao Brasil, a partir desta terça-feira (26), o presidente da França, Emmanuel Macron, deve discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva temas como o acordo entre Mercosul e União Europeia e os conflitos entre Israel e o grupo terrorista Hamas e entre Ucrânia e Rússia. Acordos de cooperação e ações estratégicas de defesa também vão ser tema da reunião dos dois.

Sobre o acordo entre Mercosul e União Europeia, a embaixadora Maria Laura Escorel de Moraes, que atua como secretária de Europa e América do Norte, disse que houve uma pausa nas negociações, mas que o processo não foi suspenso.

"Essa pausa se dá em função das eleições no parlamento europeu. É um momento em que os técnicos continuam se falando, dos dois lados. Há um entendimento muito bom entre os dois lados, mas na prática há uma pausa para aguardar a eleição", disse.

Macron é um dos presidentes europeus mais críticos ao acordo entre Mercosul-União Europeia. A avaliação dele é de que as negociações podem afetar negativamente a competitividade dos franceses em relação aos sul-americanos, principalmente, na questão agrícola. As negociações devem ser retomadas neste segundo semestre, e a expectativa do lado brasileiro é de que haja uma conclusão ainda neste ano.

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Maria Laura destacou que o tratado é discutido entre o Mercosul e a comissão europeia. "Não é com países da União Europeia individualmente. E a maioria dos países é favorável ao acordo", respondeu a secretária quando questionada sobre as declarações críticas de Macron ao tema.

"É uma pausa, e assim que as novas autoridades forem eleitas, tanto da Comissão Europeia quanto do conselho europeu e do parlamento europeu, a negociação continuará."

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Recentemente, Lula comentou sobre o posicionamento da França e as críticas de Macron.

Acontece que a França, e não é de hoje, é de muito tempo, traz um problema com relação aos seus produtores agrícolas. Qual é a minha tranquilidade? Segundo informações, a União Europeia não depende do voto da França para fazer acordo, a União Europeia tem procuração para fazer acordo. A França pode não gostar, mas paciência.

(Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República)

Combustível nuclear

Como mostrou o R7, Lula deve conversar com Macron sobre uma possível cooperação na oferta de combustível do primeiro submarino brasileiro convencionalmente armado com propulsão nuclear. O equipamento é desenvolvido pela Marinha brasileira e vai receber o nome de Álvaro Alberto, em homenagem ao patrono da ciência, tecnologia e inovação da Marinha. A previsão de entrega é até 2033.

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O submarino armado com propulsão nuclear passou a ser oficialmente projetado em 2008, com a assinatura do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), criado por meio de parceria estabelecida entre Brasil e França.

O decreto que estabeleceu o programa prevê que o apoio francês ao Brasil será restrito à concepção e à construção "da parte não-nuclear" do submarino.

Os dois países cogitam renegociar esse trecho do decreto. "Nós acreditamos que, sim, que é uma área em que talvez houvesse uma resistência no passado, mas hoje já há conversas sobre essa possibilidade, de que a França coopere conosco, inclusive, nesse aspecto à luz da energia nuclear, do combustível nuclear", afirmou a embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, secretária de Europa e América do Norte do Ministério das Relações Exteriores.

Para proteger os 8,5 mil quilômetros de costa, a Marinha investe na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria de defesa. Parte essencial desse investimento é o Prosub. O programa contempla três projetos:

• construção da infraestrutura industrial e operacional;

• construção e operação de quatro submarinos da classe Riachuelo (que pode realizar operações de ataque, esclarecimento e especiais); e

• construção e operação do primeiro submarino convencionalmente armado com propulsão nuclear.

O presidente francês desembarca em Belém (PA) nesta terça-feira (26) e segue no dia seguinte para Itaguaí (RJ), onde participa ao lado de Lula do lançamento ao mar do Tonelero, um submarino convencional com propulsão diesel-elétrica.

O equipamento, construído pelo Prosub, tem 71 metros de comprimento e possui deslocamento submerso de 1.870 toneladas. Depois de colocado na água, será submetido a teste para avaliar as condições de estabilidade no mar e os sistemas de navegação e combate.

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