No Chile, Lula diz que Brasil será 8ª economia do mundo em 2024
Presidente reforçou compromisso do governo com responsabilidade fiscal; FMI coloca país em 9ª posição atualmente
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (5) que o Brasil caminha para ser a 8ª economia do mundo este ano. Em 2023, o FMI (Fundo Monetário Internacional) colocou o país na 9ª posição do ranking. Em um fórum empresarial entre Brasil e Chile, na capital do país vizinho, Santiago, o brasileiro voltou a reforçar o compromisso de seu governo com a responsabilidade fiscal. O presidente do Chile, Gabriel Boric, também participou do evento.
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“Com responsabilidade fiscal e compromisso com a redução das desigualdades, o Brasil caminha para ser a 8ª economia mundial em 2024″, declarou Lula, ao convidar os empresários chilenos para participar do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e destacar “excelentes oportunidades para participar de grandes projetos de infraestrutura e sustentabilidade”.
O presidente destacou obras do Novo PAC que preveem a integração entre os dois países, a Rota de Capricórnio, que vai ligar Mato Grosso do Sul ao Paraguai, Argentina e Chile, e o Corredor Porto Alegre-Coquimbo, que vai unir o Rio Grande do Sul ao Uruguai, Argentina e Chile.
“O Chile pode ser a porta de saída de produtos brasileiros para o Pacífico, e o Brasil pode cumprir o mesmo papel para o acesso das exportações chilenas ao continente africano”, completou o petista.
Agenda
Lula está no país vizinho desde a noite desse domingo (4). Mais cedo, ele e Boric assinaram 17 acordos bilaterais. A viagem do petista também incluiu reuniões abertas e privadas, além de encontros com os presidentes dos demais poderes chilenos. A ida de Lula ao Chile ocorreria em maio, mas foi adiada por conta das enchentes no Rio Grande do Sul.
O governo brasileiro quer diversificar o comércio com o Chile — o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do país, com US$ 12,25 bilhões. Os principais produtos comprados pelos brasileiros do país vizinho são cobre, pescados e minérios. Os destaques das vendas do Brasil para o Chile são petróleo, automóveis e carne.
Os dois países mantêm relações bilaterais há 180 anos. Os acordos assinados incluem parcerias no turismo, comércio, economia, meio ambiente, direitos humanos, agricultura, energia, governo digital, justiça, segurança, ciência e tecnologia.
Responsabilidade fiscal
No último mês, Lula defendeu o compromisso fiscal do governo em diversas ocasiões, depois que críticas do petista ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, levaram à alta do dólar e à queda da bolsa brasileira. Com a reação, a equipe econômica do governo passou a rever gastos públicos. Nas semanas seguintes, o Executivo anunciou cortes nos Orçamentos de 2024 e 2025.
No início de julho, na Colômbia, também em um fórum empresarial, Lula afirmou que “reduzir o déficit fiscal sem comprometer a capacidade de investimento publico é um compromisso da minha gestão”.
Dias antes, em agenda no Palácio do Planalto, ao lado de representantes do agronegócio, Lula declarou que “responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso deste governo desde 2003 e a gente manterá ele à risca”.
Naquela mesma semana, o presidente exaltou os resultados econômicos do país, garantiu que a economia brasileira não vai quebrar durante seu mandato e afirmou que tem “responsabilidade de cuidar” do país.