No G20, Brasil vai buscar apoio para entrar na OCDE, o 'clube dos ricos'
Intenção é mostrar que o país tem soluções para conflitos internacionais e ocupar lugar de destaque na economia mundial
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
O Brasil busca se reposicionar entre os atores globais com as mudanças que a guerra entre Rússia e Ucrânia devem trazer. É o que afirma o secretário de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia, Erivaldo Gomes. Em entrevista exclusiva ao Jornal da Record, ele disse que vai acompanhar o ministro, Paulo Guedes, e outros quatro secretários em uma reunião do G20 em Washington, nos Estados Unidos.
A reunião também será importante para a entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), conhecida como o 'clube dos ricos'. O país precisará da aprovação de representantes das 38 nações integrantes, e isso só ocorrerá com um bom relacionamento com todos os membros. "Buscamos novas parcerias econômicas. Estamos em uma mudança nas relações econômicas globais", ressaltou.
A intenção do encontro, de acordo com Gomes, é mostrar que o Brasil é um importante ator no cenário internacional e que o país tem soluções para questões como os efeitos econômicos da pandemia, os conflitos entre nações, os países em dívida, sustentabilidade e meio ambiente. A viagem vai ocorrer de 17 a 23 de abril.
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Segundo Gomes, a guerra entre Rússia e Ucrânia vai mudar o desenho das economias globais. "Essa guerra pode ter um impacto equivalente ao da queda do Muro de Berlim, em termos do reposicionamento das economias globais. Nesse momento, o Brasil precisa estar bastante atuante, claro nas suas mensagens, para além de fazer seu dever, que é colocar a casa em ordem e a economia para funcionar", afirmou.
Na viagem, a comitiva de Guedes vai se reunir com o FMI (Fundo Monetário Internacional), o Banco Mundial e o G20, fará encontros bilaterais com outros governos e, também, diálogos com o setor privado, para tentar trazer investimentos para o país. "Precisamos mostrar que somos um porto seguro como destino de investimento, como parceiro comercial, e como parceiro nas questões econômicas globais", explicou o secretário.
Em mais de uma ocasião, Gomes garantiu que o Brasil tem soluções importantes para o mundo, e que tem "feito o dever de casa com as reformas estruturais". O secretário também destacou que o encontro pessoal com governantes e empresários será importante para fechar negócios e que a pandemia de Covid-19 impôs a necessidade de encontros virtuais e telefonemas, o que afastou o país "desse diálogo direto".