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'Operação para esculachar', diz Bolsonaro após ser alvo da PF

Ex-presidente afirmou que o tratamento recebido pelos agentes da corporação foi de 'cortesia' nesta quarta-feira (3)

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro durante buscas da Polícia Federal em sua casa em Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro durante buscas da Polícia Federal em sua casa em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira (3), que não tem dúvida de que a operação da Polícia Federal (PF) da qual foi alvo tinha a intenção de esculachá-lo. O ex-chefe do Executivo ressaltou, porém, que o tratamento recebido pelos agentes foi de cortesia.

"Não há dúvida que eu chamo de operação para te esculachar. Podiam perguntar sobre vacina, cartão, eu responderia sem problema nenhum. Agora uma pressão enorme, 24 horas por dia, o dia todo, desde antes de assumir a Presidência até agora, não sei quando isso vai acabar. O que eu fico emocionado é que mexer comigo sem problema, mas, quando vai para a esposa, para filhos, aí o negócio é desumano", afirmou.

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A declaração foi dada pelo ex-presidente em entrevista a uma rádio. Mais cedo, Bolsonaro foi alvo de uma operação feita pela PF para investigar a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.

"Por volta das 6h15 da manhã, eu já estava acordado, eu acordo por volta de 4h30, no máximo 5h, e tocou a campainha. Já procurei saber o local adequado, quem estava lá fora, não ia abrir a porta da minha casa só porque tocou a campainha às 6h15 da manhã. Veio o pessoal uniformizado, daí me certifiquei de que eram policiais mesmo", contou.


Na sequência, Bolsonaro chegou a dizer que sentiu que os policiais federais que estavam trabalhando na operação se sentiram constrangidos com a situação. "Abri a porta, convidei para entrar e fui tratado muito bem. Em nenhum momento houve exagero, voz mais alta, falta de educação, muito pelo contrário. Acredito até que eu senti constrangimento em alguns policiais federais. Foram corteses comigo."

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O ex-presidente relatou também que ligou para seu advogado e informou aos agentes que não existem senhas para entrar em seu celular, que foi apreendido pela PF. "O [celular] da Michelle [Bolsonaro] foi visto lá, tem reconhecimento facial, e deixaram com ela", disse.

"Houve apreensão de pistola minha, mas aí eu falei para o policial que, quando eu cheguei ao Brasil, tinha dois carros blindados. O que eu apurei é que foi ordem direta do presidente Lula para tirar carro blindado de mim. Eu não posso ficar na minha casa desarmado. É um local que o condomínio não oferece a devida segurança. Então, peço a vocês uma providência, se é possível ficar com a minha pistola ou não. Vocês já sabem qual a numeração, certinho. Aproximadamente uma hora depois e deixaram a pistola em casa", contou.

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