PF abre inquérito para investigar tráfico de influência no MEC
Corporação avalia se pastores direcionaram verbas da pasta em troca do recebimento de propina
Brasília|Renato Souza e Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar suposto tráfico de influência de pastores no Ministério da Educação. A corporação recebeu um pedido da CGU (Controladoria-Geral da União) para apurar eventual favorecimento ilegal no repasse de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Educação).
Nesta fase inicial, de acordo com informações obtidas pelo R7, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, não é investigado. No entanto, ele já é alvo de um inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal), sob relatoria da ministra Cármen Lúcia. A nova investigação foi aberta nesta quinta-feira (24). O diretor-geral da PF, Márcio Nunes de Oliveira, não quis comentar o caso.
As suspeitas começaram após o vazamento de um áudio em que o ministro Milton Ribeiro afirma privilegiar os pastores Gilmar Silva dos Santos e Arilton Moura. Ele diz, na gravação, que foi um pedido do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, dias depois, alegou que não houve influência do chefe do Executivo no caso e afirmou que o envio dos recursos da pasta aos estados e municípios é feito com base em critérios técnicos.
A CGU afirma, no pedido de abertura de inquérito, que recebeu, em agosto do ano passado, "uma denúncia anônima que tratava de possíveis irregularidades que estariam ocorrendo em eventos realizados pelo MEC e outra sobre oferecimento de vantagem indevida, por parte de terceiros, para liberação de verbas no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)". De acordo com o órgão, três servidores foram destacados para acompanhar o caso ainda em setembro.
Nesta quinta (24), o ministro da CGU, Wagner Rosário, teria sido informado das acusações. Após isso, as informações foram enviadas à PF, com pedido de abertura de inquérito.