Plano para matar Lula, Alckmin e Moraes previa uso de técnicas militares e terroristas
Mais cedo, PF fez operação contra organização criminosa, formada por militares do Exército, que planejava golpe de Estado
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes afirmou que há “robustos e gravíssimos indícios” do planejamento de assassinato do magistrado, na época presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e para a tentativa de homicídio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin, inclusive com o uso de técnicas militares e terroristas.
Mais cedo, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação contra a organização criminosa, formada em sua maioria por militares do Exército.
Leia mais
“Há robustos e gravíssimos indícios de que, no contexto de uma organização criminosa, os investigados Hélio Ferreira Lima, Mário Fernandes, Rafael Martins de Oliveira, Wladimir Matos Soares e Rodrigo Bezerra Azevedo contribuíram para o planejamento de um golpe de Estado, cuja consumação presumia, na visão dos investigados, a detenção ilegal e possível execução do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal, com uso de técnicas militares e terroristas, além de possível assassinato dos candidatos eleitos nas Eleições de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin e, eventualmente, as prisões de pessoas que pudessem oferecer qualquer resistência institucional à empreitada golpista”, diz o documento.
De acordo com o texto, os militares investigados continuam a exercer seus postos no Exército e na PF, com exceção do general Mario Fernandes. O plano, inclusive, foi encontrado na casa do militar, que atuou como assessor de Eduardo Pazuello e foi ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro. A decisão argumenta pela necessidade da decretação de prisão, como garantia da ordem pública. A reportagem busca contato com o citado, e o espaço está aberto para manifestação.
Os militares presos na operação são: tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, o policial federal Wladimir Matos Soares, além de Fernandes. Neste momento, os agentes estão na Superintendência da PF no Rio de Janeiro. O Exército busca informações sobre a prisão dos suspeitos para decidir para quais batalhões serão encaminhados, uma vez que não pode ter contato entre os investigados.
Ao todo, são cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes em 24 horas, e a suspensão do exercício das funções públicas. Os mandados são cumpridos no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal. Em tese, os crimes cometidos são abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa, segundo a corporação.
“O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações”, diz a PF.