Polícia prende suspeito de vender e fazer entrega de atestados falsos
Homem fraudou assinatura e carimbo de ortopedista do Instituto Médico-Legal (IML), que denunciou o caso
Brasília|Jéssica Moura, do R7, em Brasília
A Polícia Civil prendeu um homem na tarde da sexta-feira (10) sob a suspeita de ser responsável por um esquema de falsificação de atestados médicos no Distrito Federal. Ele assinava e carimbava os documentos se passando por um médico-legista da própria PCDF, que denunciou a fraude.
As falsificações começaram há pelo menos três anos. Nesse período, o homem vendeu atestados a clientes que apresentavam os documentos para justificar faltas ao trabalho. Nos atestados, o criminoso apontava o CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças) de uma doença que não correspondia ao que demonstravam os exames dos clientes.
Diante do erro grosseiro, as empresas acionavam o Conselho Regional de Medicina (CRM) para que investigasse a conduta do médico. Contudo, quem era chamado a dar explicações era o ortopedista do Instituto Médico-Legal (IML). O profissional respondeu a processos administrativos no órgão de classe por conta das falsificações.
Com os casos recorrentes, ele registrou um boletim de ocorrência e denunciou a fraude. Os investigadores da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) identificaram clientes que compravam os atestados e quem estava por trás do esquema.
Com o monitoramento, a polícia apurou que o suspeito era morador de Santa Maria e conseguiu um bloco de atestados médicos com um conhecido que trabalha em hospital do DF. Após pesquisa na internet, ele encontrou o nome e o número do CRM do médico que seria vítima das fraudes. De posse dos dados, o homem foi à Feira dos Importados e mandou fazer um carimbo, segundo a Polícia Civil.
Delivery
Os clientes eram captados por indicação: quem já tinha comprado antes passava o contato para novos interessados. Toda a negociação ocorria via WhatsApp. A cobrança pelos atestados era tabelada: ele cobrava R$ 50 caso os clientes buscassem o documento na casa dele. Se preferissem o serviço de delivery, o valor subia para R$ 100. O pagamento poderia ser feito via Pix ou cartão de crédito.
Na tarde da última sexta, quando os agentes acompanhavam o trajeto do homem, ele foi flagrado na entrega de um atestado em um condomínio no CA do Lago Norte e preso. Dentro do carro dele estava o atestado com o nome e o endereço do cliente. Durante as buscas na casa do suspeito, a polícia encontrou mais 80 documentos falsos.
Ele vai responder por uso de documento falso, que tem pena de dois a seis anos por cada falsificação. No caso dos clientes, além da fraude, podem ser demitidos por justa causa.