Roberto Jefferson desmaiou e pode estar com traumatismo craniano, diz assessoria
Ex-deputado está preso desde outubro de 2022 no Bangu 8 (RJ). Ministro do STF determinou que presídio apresente laudo
Brasília|Gabriela Coelho e Plínio Aguiar, do R7 em Brasília
Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar que o presídio onde o ex-deputado federal Roberto Jefferson está preso preste esclarecimentos sobre o estado de saúde dele, a assessoria de imprensa do político informou, neste sábado (3), que o quadro se agravou e fala em possível traumatismo craniano, mas sem apresentar laudos. Ele está detido no presídio Bangu 8, no Rio de Janeiro.
“Ele [Jefferson] desmaiou, pode estar com traumatismo craniano, está extremamente desorientado e muito, muito mal. Esse é o estado atual de saúde dele. E o laudo da SEAP é claro no sentido de que a perda de peso pode sim ser decorrente de um retorno do câncer. Enfim, este é o cenário”, diz a nota.
Na última sexta-feira (2), o ministro do STF determinou que a direção do presídio preste esclarecimentos sobre o estado de saúde do ex-parlamentar no prazo de 24 horas. Na quinta-feira (1°), um dia antes, o ex-deputado reiterou o pedido de transferência para um hospital particular.
Em 17 de maio, Moraes negou a transferência do ex-deputado para um hospital particular, mas autorizou a realização de exames que o sistema penitenciário não tenha condições técnicas de realizar.
Em outubro de 2022, Jefferson negou a vontade de ser transferido para o hospital. "Estou sendo massacrado, e agora ouço a pérola da PGR para me mandar para o hospital psiquiátrico. Tem gente no Judiciário que precisa ir para o manicômio", afirmou.
Jefferson está preso desde outubro de 2022, quando jogou granadas e atirou contra agentes da Polícia Federal que tentavam cumprir ordem de prisão contra ele. O ex-deputado já estava em prisão domiciliar por ter ameaçado o STF e realizado ataques pelas redes sociais à Corte e seus ministros.
No entanto, mesmo proibido de usar a internet, de manter contato com outros investigados e de sair de casa, Jefferson proferiu ataques à ministra Cármen Lúcia, em razão de ela ter votado em uma ação da Corte que vetou, temporariamente, o lançamento de um documentário da produtora Brasil Paralelo sobre o atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante a campanha de 2018.
O ataque desferido pelo ex-deputado ocorreu em sua residência, localizada em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro. Foram cerca de 30 disparos contra os agentes da PF, em um primeiro momento. Um dos integrantes da equipe teria então gritado que um policial estava ferido. Roberto Jefferson, entretanto, além de ter arremessado as granadas, efetuou mais 30 disparos de carabina contra a equipe.
De acordo com denúncia apresentada em dezembro de 2022 pelo Ministério Público Federal (MPF), "após o disparo de aproximadamente 60 tiros de carabina e o lançamento de três granadas (adulteradas) contra os quatro policiais federais, Roberto Jefferson gravou novo vídeo, divulgado na internet, exibindo a viatura policial alvejada por vários disparos, além de uma grande poça de sangue próxima ao veículo".
Na época da prisão, Moraes afirmou que, além de ter praticado tentativa de homicídio contra agentes da Polícia Federal, o ex-parlamentar armazenava em casa armas de grosso calibre, como fuzil.