Rocinha, no Rio, supera Sol Nascente, no DF, e volta a ser maior favela do país
Dados do IBGE, divulgados nesta sexta-feira, apontam que as 20 maiores favelas do país abrigavam 858 mil pessoas em 2022
Brasília|Do R7, em Brasília
A Rocinha, no Rio de Janeiro, superou o Sol Nascente, no Distrito Federal, e voltou a ser a maior favela do país. Dados do Censo Demográfico 2022, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam que a Rocinha conta com 72.021 moradores, número superior ao do Sol Nascente, que na época, tinha 70.908.
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No ano passado, a prévia do Censo 2022 apontou a região do Sol Nascente, que fica a 35 quilômetros de Brasília, como a maior favela do Brasil. De acordo com o IBGE, as 20 maiores favelas do país abrigavam 858.649 pessoas, o que representa 5,2% do total de moradores que viviam em comunidades no Brasil (16.390.815). Entre as favelas com maior número de habitantes, oito estão localizadas na região Norte, sete no Sudeste, quatro no Nordeste e apenas uma no Centro-Oeste.
Em janeiro, o instituto voltou a adotar o termo “favelas e comunidades urbanas brasileiras”. A definição substitui a expressão “aglomerados subnormais”, usada pelo IBGE desde 1991.
O termo favela é definido pelo instituto como um território popular originado das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às necessidades de moradia, diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade.
Favelas no Brasil
Em 2022, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Pará concentravam a maior parte das favelas e comunidades urbanas do país, representando 51,9% das 12.348 unidades contabilizadas. Juntos, os estados somam 6.419 favelas e abrigam 8.387.882 pessoas.
Na época, o Brasil tinha 16.390.815 de pessoas morando em favelas e comunidades urbanas, o que corresponde a 8,1% do total de brasileiros. Ao todo, 13.546.342, ou 82,6%, se concentram nas grandes metrópoles do país.
Segundo o levantamento, São Paulo é o estado com maior número de favelas do país, com 3.123. Na sequência, aparecem Rio de Janeiro (1.724), Pernambuco (849) e Pará (723). Em contrapartida, Tocantins, Mato Grosso e Roraima são as federações com menor número de comunidades. Confira a lista completa dos estados:
Na análise, Belém (PA) e Manaus (AM) se destacaram por terem mais da metade de suas populações vivendo em favelas, com 57,1% e 55,8%, respectivamente. Na sequência, aparecem Salvador (BA), São Luís (MA) e Recife (PE), com 34,9%, 33,2% e 26,9%, nessa ordem, das pessoas vivendo nesses locais.
Perfil médio do morador de favela
Dos 16,4 milhões de moradores de favela do país, 8,5 milhões (51,7%) são mulheres e 7,9 milhões (48,3%) são homens. A idade mediana — a medida que divide a população em duas partes iguais, ou seja, a idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha — é de 30 anos.
De acordo com o IBGE, a maior parte da população que mora em comunidades é parda — 9,3 milhões. Em seguida, as pessoas brancas são 4,3 milhões. A população preta corresponde a 2,6 milhões. Indígenas são 134 mil, e amarelas, 16,4 mil.
Água e esgoto
Dos domicílios particulares ocupados nas favelas do país, 89,3% tinham à ligação rede geral de distribuição de água. Em 2022, haviam 5.557.391 domicílios particulares permanentes ocupados em comunidades urbanas.
Em relação ao esgoto, a maioria dos residentes, 61,4%, contavam com uma rede geral, pluvial ou fossa. Apesar disso, 731.820 domicílios que tinham banheiro contavam com a fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede.