Sem citar candidatos, Haddad diz que governo acompanha eleições na Argentina 'com interesse'
Vão disputar o segundo turno Sergio Massa, atual ministro da Economia argentino, e Javier Milei, nome da direita
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou, na manhã desta segunda-feira (23), as eleições na Argentina, cujo primeiro turno ocorreu neste domingo (22). Os candidatos que vão disputar o segundo turno são Sergio Massa, peronista e atual ministro da Economia argentino, e Javier Milei, nome da direita. Haddad, contudo, não citou nominalmente os políticos e disse que o governo federal acompanha o pleito no país vizinho "com interesse no Mercosul".
"Nós estamos acompanhando com interesse, por causa do Mercosul. Para nós, é importante consolidar uma integração na região. A integração regional é muito importante para o Brasil", declarou Haddad. O segundo turno das eleições da Argentina será em 19 de novembro.
Segundo o ministro, o cenário político do vizinho pode influenciar as relações dos países do Mercosul. Massa obteve 36,68% dos votos e Milei, 29,98%, de acordo com a apuração de 98,51% das mesas eleitorais. O peronista recebeu mais votos do que nas primárias de agosto, quando ficou com 27%, contra 30% do candidato da direita. Milei era o favorito nas pesquisas.
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"Sou integracionista. Eu gosto de pensar numa América do Sul mais integrada, negociando com a União Europeia de forma mais forte. Quanto mais integrados nós estivermos, melhor para sentar à mesa com a União Europeia e fazer um bom acordo para a região. Então tem implicações muito grandes essa questão da integração. Não é uma coisa isolada, não é uma coisa assim, cada um cuida de si. A gente tem que pensar o todo da região para ver a forma mais adequada de fazer essa região voltar a se desenvolver", completou Haddad.
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O comparecimento às urnas foi de 74%, o mais baixo desde 1983. Se na Argentina o percentual de votantes ficou abaixo do esperado, no exterior ocorreu o inverso e houve recorde de eleitores participantes. A Argentina tem 436 mil cidadãos votantes no exterior.
Com 51 anos, Massa fez acordos com empresários e sindicatos e com o Fundo Monetário Internacional. No entanto, não conseguiu controlar a inflação, atualmente em 140% ao ano, a principal preocupação dos argentinos.
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A pobreza afeta 40% da população argentina. A solução de Milei, de 53 anos, é dolarizar a economia, reduzir drasticamente os gastos públicos, eliminar impostos e acabar com a "casta política e corrupta".