STF condena Matheus Lima de Carvalho Lázaro, terceiro réu pelo 8 de Janeiro, a 17 anos de prisão
Durante a defesa, a advogada do réu, Larissa Claudia Lopes de Araujo, chorou e disse que tem medo do STF
Brasília|Gabriela Coelho e Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) condenaram o terceiro réu pelos atos do 8 de Janeiro, Matheus Lima de Carvalho Lázaro, a 17 anos de prisão. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou para que ele fosse sentenciado a esse período e foi seguido pela maioria da Corte — seis ministros. Nunes Marques, revisor do caso, votou por condenar o acusado a dois anos e seis meses. Luís Barroso previu uma pena de 11 anos e seis meses. Cristiano Zanin opinou por 15 anos de prisão. Os três foram vencidos parcialmente.
O agora condenado, segundo a PGR, seguiu com o grupo preso na praça dos Três Poderes em posse de estilingues, bombas, gasolina, álcool, vinagre, outros produtos inflamáveis e materiais utilizados para produzir o chamado "coquetel molotov". A denúncia diz ainda que o homem afirmou no dia 8 de janeiro que era preciso "quebrar tudo" no prédio do Congresso, de forma que o Exército entrasse para "tomar o poder".
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A defesa de Matheus afirmou que a denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal "é genérica, não havendo a descrição do fato delituoso, tampouco as condutas supostamente praticadas, e a peça acusatória apresentou tão somente circunstâncias políticas".
Matheus Lima de Carvalho Lázaro, de 24 anos, morador de Apucarana, norte do Paraná, foi o terceiro acusado pelos atos extremistas de 8 de janeiro a ser julgado no STF nesta quinta-feira (14). A Corte analisa um bloco de quatro ações penais de réus. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele estava com uma faca, uma jaqueta militar e uma camisa do Brasil na mochila no dia dos atos extremistas.
Mais cedo, a Corte condenou Aécio Lúcio Costa Pereira, primeiro réu acusado pelos atos extremistas de 8 de janeiro, a 17 anos de prisão; e o segundo, Thiago de Assis Mathar, a 14 anos.
Advogada chorou e disse que tem medo do STF
A advogada Larissa Claudia Lopes de Araujo, que defende o réu, começou a sustenção oral no Supremo Tribunal Federal (STF) dizendo que o sonho dela era ser ministra, mas que atualmente tem vergonha da Corte. Ela chegou a chorar durante a defesa. A profissional também criticou Alexandre de Moraes e disse ter medo de estar ali. "Respeito esta Casa, respeito muito. Adoro a ordem que tem aqui, os seguranças quando se levantam", disse.