"Idoso, com 64 anos, que continua a cometer crimes. E são crimes hediondos." É dessa forma que o delegado-chefe da 4ª Delegacia de Polícia (Guará), Anderson Espíndola, descreve o suspeito de latrocínio (roubo com morte) de Geralda Cândida Santos Nascimento, 79, identificado como José Paulo Trindade. Ela foi morta dentro da própria casa, no Guará 2, nesta última segunda-feira (6).
José Paulo também é suspeito de dois estupros, um deles em Ceilândia, e tem passagem pela polícia no Distrito Federal, em São Paulo e em Goiás. Ele está foragido da Justiça desde 2015, quando fugiu da prisão em um saidão no DF, em março daquele ano. Como muda frequentemente de endereço, a localização é dificultada. Ele reside, principalmente, nos municípios de Trindade (GO) e Acreúna (GO). “É uma pessoa que precisa ser retirada do convívio da sociedade urgentemente”, afirmou Espíndola.
O suspeito foi flagrado pelas câmeras de segurança das casas vizinhas à de Geralda momentos antes do crime e logo após, quando deixou o local carregando uma mochila. A polícia pede que quem tiver informações sobre José Paulo faça uma denúncia pelo número 197. As informações podem vir do DF, de Goiás, São Paulo ou qualquer outra região. Não é necessário se identificar.
De acordo com Espíndola, o suspeito tem o hábito de vir para o DF somente para cometer crimes. Depois de matar Geralda, José Paulo levou um laptop, a mochila e cerca de R$ 200, e pegou um ônibus para Planaltina de Goiás, para a casa de uma filha. A polícia ouviu o motorista do coletivo, que reconheceu o suspeito. Ele contou que o homem estava muito suado e tinha um machucado na bochecha e outro na boca, provavelmente resultado de luta corporal com Geralda. Ele estava sem máscara. "A máscara dele foi localizada na residência da idosa", relatou o delegado.
O motorista disse à polícia que marcou o rosto de José Paulo pois discutiu com ele. O suspeito disse que é idoso para não pagar passagem, mas se recusou a mostrar a carteira e não respondeu quando questionado sobre a máscara. Os investigadores também foram até a casa da filha do suspeito nesta quarta (8), mas ele já tinha ido embora do local na terça-feira (7), pela noite.
A mulher contou aos agentes que o pai chegou em casa estranho na segunda-feira. Questionado sobre o ferimento no rosto, disse que caiu. Sobre o dinheiro, respondeu apenas que “achou na rua”. Ela também contou aos policiais que soube do crime posteriormente, quando recebeu a ligação de um parente que viu na TV as imagens dos circuitos de segurança das casas da rua de Geralda, mas que o pai já tinha ido embora. Ela teria ligado para parentes avisando sobre o ocorrido.