Tarifaço: após governadores se reunirem, Tarcísio cobra ‘energia’ do Planalto em negociações
Governadores se reúnem em Brasília, criticam STF e cobram resposta do governo federal sobre restrições dos EUA
Brasília|Yumi Kuwano, do R7, em Brasília
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Em encontro realizado nesta quinta-feira (7), na residência oficial do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), em Brasília, nove governadores discutiram os impactos econômicos da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
O grupo cobrou articulação do governo federal, criticou a condução da política externa e avaliou que o Congresso Nacional deve assumir protagonismo nas tratativas.
Estiveram presentes:
- Tarcísio de Freitas – São Paulo (SP)
- Jorginho Mello – Santa Catarina (SC)
- Ratinho Júnior (Carlos Massa Ratinho Júnior) – Paraná (PR)
- Cláudio Castro – Rio de Janeiro (RJ)
- Romeu Zema – Minas Gerais (MG)
- Ronaldo Caiado – Goiás (GO)
- Ibaneis Rocha – Distrito Federal (DF)
- Mauro Mendes – Mato Grosso (MT)
- Wilson Lima – Amazonas (AM)
Ao final da reunião, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que a política externa do Brasil seguiu um rumo “muito ruim” e cobrou uma resposta imediata por parte do governo federal.
“A gente acabou indo para um caminho muito ruim, um caminho que acabou agredindo um parceiro histórico do Brasil, um grande investidor estrangeiro direto. E a gente precisa cobrar do governo federal energia nas negociações”, declarou.
Segundo ele, os estados estão preocupados com os efeitos da medida sobre setores estratégicos, como café, proteína animal, máquinas, equipamentos e pneus — todos fora da lista de exceções anunciada pelos Estados Unidos.
O governador defendeu ações imediatas, com prazos definidos, planejamento e medidas de mitigação.
Lideranças partidárias
Tarcísio também afirmou que os governadores pretendem acionar as lideranças partidárias para tratar do tema diretamente com o Congresso Nacional.
“O governo federal precisa conduzir a negociação, mas, se for necessário, o Congresso deve ser envolvido. Os presidentes dos partidos vão ser acionados. Essa crise tem que ser tratada institucionalmente”, afirmou.
Os governadores também criticaram o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo eles, o Judiciário tem ultrapassado suas atribuições e contribuído para a escalada da instabilidade institucional no país. Tarcísio destacou a necessidade de equilíbrio entre os Poderes:
“Não é possível que, sob pretexto de proteger determinados valores, a gente agrida outros. Está na hora de cada um ceder um pouco para resolver a crise”.
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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por não buscar diálogo com o governo norte-americano.
“Ontem, realmente, ao ver um presidente da República, num comunicado nacional, dizer que não tem nada a falar com o presidente dos Estados Unidos, é algo que mostra a total insensatez. Ele quer antecipar o processo eleitoral ao invés de se preocupar com a economia do país, com os empregos, com as empresas e os investimentos internacionais”, afirmou.
“Ele não nos consultou para tomar essas medidas, mas nós estamos sendo penalizados”, completou.
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