Tarifaço começa nesta semana: após prejuízo da falta de diálogo, governo busca saídas
Gestão de Lula enxerga possibilidade de abertura dos EUA com lista de 694 exceções à taxa de 50% imposta por Trump
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em BrasíliaOpens in new window e Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
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Após meses de ameaça e, enfim, a publicação das tarifas impostas pelos Estados Unidos para produtos brasileiros, o governo tenta responder para conter os prejuízos. A taxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros comprados pelos EUA começa a valer nesta semana.
A taxação deve alcançar 35,9% dos produtos brasileiros que são exportados, segundo projeção divulgada pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (veja abaixo).
A expectativa do governo federal é correr atrás do tempo perdido e atuar em diversas frentes para conseguir mitigar os danos do tarifaço, após deixar de lado a possibilidade de diálogo anterior.
Para interlocutores do Planalto, o momento é de se esgotar as vias políticas na mesa de negociação.
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Publicamente, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e também ministro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmaram que as negociações começam agora, após a formalização do decreto das tarifas na última quarta-feira (30) por Donald Trump.
A possibilidade de adotar uma postura de reciprocidade, ou seja, também impor aos Estados Unidos tarifas sobre os produtos norte-americanos não é descartada. Mas o Planalto vê como uma saída de segundo plano.
Na prática
Geraldo Alckmin deve se reunir nos próximos dias com alguns representantes dos setores mais afetados pelo tarifaço.
A partir disso, o governo deve começar a divulgar medidas de contingenciamento para garantir a estabilidade da produção nacional e manter os empregos. Esses dois pilares são a prioridade do governo.
Haddad também deve ter uma nova reunião com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. A data, no entanto, ainda não foi confirmada, mas já houve contato e uma sinalização positiva da assessoria do secretário norte-americano ao encontro.
O ministro da Fazenda tinha se encontrado com Bessent no começo do ano, quando esteve na Califórnia para um evento de banco de dados.
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Impacto nas exportações brasileiras
Os produtos afetados pelo tarifaço, segundo o balanço do governo, tiveram uma venda de exportação para o país correspondente a US$ 14,5 bilhões em 2024.
A projeção considerou regras de aumento e exceções pela Casa Branca. As taxas entram em vigor em 6 de agosto e atingem produtos fundamentais para o setor produtivo brasileiro, como carne e café. Por outro lado, quase 700 produtos brasileiros não serão tarifados.
A lista de exceções alcança 45% das vendas aos Estados Unidos, de acordo com o levantamento. No caso dos produtos beneficiados, o valor arrecadado em 2024 corresponde a US$ 18 bilhões.
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Em outra frente, o ministério aponta que 19,5% das exportações brasileiras seguem tarifas específicas, de acordo com padrões internacionais. Esses valores correspondem a US$ 7,9 bilhões.
“Essas tarifas foram adotadas com base em segurança nacional (Seção 232) e, sobre esses produtos, não se aplica a medida anunciada ontem. No caso de autopeças, por exemplo, a alíquota é de 25%, aplicável a todas as origens”, afirma o ministério em nota.
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